Hoje é aniversário de um dos caras que mais me divertiu em toda minha infância. Ele não precisou soltar um palavrão, insinuar a sexualidade das pessoas e muito menos usar mulheres seminuas no seu programa: Roberto Gomez Bolaños. 85 anos bem vividos e aproveitados, boa parte deles fazendo-nos rir com seus programas, Chaves e Chapolin (ainda não entendo como a cada 5 meses o "matam"). Admiro muito a forma como é a mesma fórmula desde sempre, sem precisar apelar para baixaria no seu programa. É algo que você pode rir sempre, mesmo sabendo o roteiro e as falas dos personagens de cór.
Sou um fã assumido de Chaves e de Chapolin. Cresci assistindo-os depois da escola, às vezes ficando com raiva porque a TV Ponta Negra colocava o jornal local bem em no horário do programa, fazendo com que eu perdesse pelo menos um deles. Na minha época não existia Youtube, o qual quando quisesse, era só procurar na net um determinado episódio e assistir, você tinha que estar lá na frente da TV e torcer pra passar um episódio que você ainda não tinha visto e/ou um que você gostasse mais. E até hoje, sempre que posso, assisto o programa - na TV mesmo ou na internet -, pesquiso sobre episódios, até bonecos de pelúcia deles eu tenho.
Essa é minha turma! (Trollagens em 5, 4, 3...)
Obrigado não só ao Chaves, mas ao Seu Madruga, à Chiquinha, ao Quico, à Dona Florinda, à Bruxa de Set... digo, à Dona Clotilde, ao Professor Girafalles, ao Seu Barriga, ao Nhonho e a tantos outros personagens, que me ensinaram várias coisas, do tipo:
- Que devemos descansar para evitar a fadiga;
- Qual o animal de quatro patas e bebe leite, qual o animal que passa o dia no chiqueiro e qual o animal orelhudo que come tem dentes grandes e come cenoura;
- Que não devemos encostar em uma pessoa que esteja tomando um choque;
- Que azul escuro em inglês é blue marinho;
- Que para se aprender algo, é preciso devorar - literalmente - os livros;
- Que se você é jovem ainda, amanhã velho será... a menos que o coração sustente a juventude que nunca morrerá;
- Que se algo estiver ruim, teria sido melhor ir ver o filme do Pelé;
- Que se está vindo alguém indesejado, você pode usar códigos, tipo "Já chegou o disco voador";
- Que se você não souber o nome de alguma coisa, pode dizer que é um "Xinforínfola";
- Que algumas coisas caem para cima, tipo balões;
- Que uma caveira numa garrafa ou numa caixa de alta tensão significa PRE-RI-GO;
- Que não precisamos de brinquedos caros para nos divertirmos, basta apenas uma imaginação fértil e vontade de brincar;
- Que as pessoas boas devem amar suas inimigas;
- Que a vingança nunca é plena... mata a alma e a envenena;
- Entre outras coisas mais...
Obrigado Roberto Bolaños;
María Antonieta de las Nieves;
Ramón Valdés (in memorian);
Florinda Meza;
Carlos Villagrán;
Edgar Vivar;
Rubén Aguirre;
Angelines Fernández (in memorian);
Horacio Gómez (in memorian);
Entre outros atores, produtores, pessoal da técnica e apoiadores que puderam levar do México para os anais da TV mundial esse clássico que acompanhou e ensinou muito às crianças de várias gerações, inclusive a mim.
Hoje, dando uma navegada pela internet, vi algo no site Omelete que me fez pensar o quanto a gente fica mais velho a cada dia. O álbum Dookie, do Green Day, faz 20 anos neste mês de fevereiro. Poxa, bixo... são 20 anos! Lembro que esse CD sempre ficava por cima na minha pilha de CD's, perto do som da sala, junto com os CD's da minha mãe. Praticamente semana sim, semana não, eu o ouvia, muitas dessas vezes cantando alto na sala, espantando os vizinhos que passavam andando aqui perto.
Visto isso, resolvi escrever sobre 5 dos meus discos preferidos. A ordem que colocarei eles aqui é meramente alfabética, não é de preferência do disco e/ou da banda. Além disso, vou botar a minha música preferida do álbum aqui.
Ciano, da Fresno (2006)
Já vou começar com uma polêmica! HUEHUEAHUEAHAUEHAUHEA
"mimimi Fresno é fresco"
"mimimi se ema é bixo, emo é bixa"
"mimimi vai pintar o olho e cortar os pulsos"
Ah, cara! Vamos parar com preconceito... aposto que todo mundo já cantou Eu Sou Emo, do Charges.com. Além do mais, só porque uma música fala de amor, decepção e tem uma pegada mais rock é considerada emo? Ah, cara... Roberto Carlos foi o primeiro emo que se conhece então. Muita gente ouve bandas "emo" e não assume... eu pelo menos assumo que ouço mesmo. =P
Mas enfim... voltando ao foco do post: quem é da minha geração e pegou a época de IRC - Avalanche, Scoop, t7DS, Full Throttle entre outros -, deve ter conhecido muita música que não tocava em nenhum lugar por aqui naquela época, tipo Aditive, Sugar Kane, Dead Fish, Pull Down... e entre elas, Fresno. Confesso que dessas, Fresno era a que eu escutava menos... Até ouvir "Quebre as Correntes", na MTV. Aquele clip num ringue, a banda tocando... tudo pra mim era bem familiar. Curti a música, e naquela época, gostava de baixar o CD todo da banda pra ver se ela prestava de fato ou se era apenas uma daquelas de um hit só (vide P.O. Box, Luka, Virgulóides etc). Pra minha surpresa, achei o CD ótimo. Daí é que fui perceber que Fresno era aqueeeeeela banda de outros hits, que eu escutava e nem dava muita importância. Gosto da sonoridade dos caras nesse disco, músicas que tocam bem, principalmente a minha favorita desse CD, Cada Poça Dessa Rua Tem Um Pouco De Minhas Lágrimas. Ouvir essa música na chuva, num momento de fossa, gritando na hora do refrão, deve dar uma lavada de alma da porra!
"E em cada dia da sua vida você vai chorar
Lágrimas sofridas que não vão somar um décimo do que eu sofri."
Dookie, do Green Day (1994)
Lembro-me como se fosse ontem. Eu indo pras Lojas Americanas da cidade com minha mãe, acho que em 2000 ou 2001. Digamos que estava iniciando minha "fase punk revoltado", e já conhecia algumas coisas do Green Day via MTV - a que prestava, não essa atual -, principalmente do Nimrod, disco que eles tavam divulgando na época (o qual também tenho). Daí achei esse CD meio que perdido pela prateleira, como se tivesse no lugar errado, sozinho por lá. Comprei na curiosidade, e quando ouvi, simplesmente viciei. She, Basket Case, Longview, When I Come Around... simplesmente vibrava quando via essas músicas na MTV, com Billie Joe e sua famosa guitarra adesivada, a ponto de parar o que estava fazendo para assistir e tentar cantar junto (meu inglês não era lá essas coisas).
Riffs rápidos, um baixo fazendo seu papel bem, viradas e mais viradas de bateria, e um trio ensandecido nas suas apresentações. Podem dizer que Green Day se vendeu ou seja lá o que for, mas ainda é uma das minhas bandas de punk favoritas. E por incrível que pareça, minha predileta dela é talvez a que menos fez sucesso dentre os hits: Welcome To Paradise (detalhe para a parada no meio, deixando só o baixo... é algo meio besta, mas que acho o máximo!)
"I want to take you through a wasteland I like to call my home
Welcome To Paradise"
Los Hermanos, do Los Hermanos (1999)
Quando ouvi esse CD pela primeira vez, depois de ganhá-lo no meu aniversário de 15 anos, pensei: "Porra, bixo... QUE MERDA É ESSA?" Juuuuuro... demorei pra gostar desse CD. Acho que por influência de alguns amigos, comecei a gostar mais do segundo CD, o Bloco do Eu Sozinho, do que o primeiro CD deles. Mas quando sentei, com calma e disse: "vou escutar essa porra de novo pra ver se presta", meu conceito mudou. Eu era mais velho, digamos que já estava mais aprofundado no rock, e justamente pela levada mais rock misturado com ska foi que esse CD me ganhou. Pena - pra mim, pelo menos - que eles foram mudando o estilo com o passar do tempo, deixando o ska de lado e indo pra um lado mais "badauê", até lançarem o 4, o qual lembro de ter dormido enquanto escutava (sim, achei o CD muito parado e não gostei dele).
Quem me conhece a mais tempo sabe que fui fã de Los Hermanos por muito tempo, indo pra quase todos os shows deles aqui em Natal (só perdi um, o primeirão, na época que nem Anna Júlia bombava direito nas rádios ainda). Num desses shows, no finado Blackout, na Ribeira, chovia horrores e já estava tendo goteiras no palco. A banda parou por um tempo, e eu e uns amigos meio que nos dispersamos na hora (um foi comprar água, outro foi conversar com um pessoal conhecido, eu fui lá pra fora tomar banho de chuva etc.), quando de repente, ouvimos os primeiros acordes de Pierrot, e saímos correndo como loucos, cada um do lugar que estava, até nos encontrarmos e pogarmos juntos. Até hoje, quando toca essa música, conto essa história e lembro como era bom aquele tempo. Acho que uma só música preferida é uma blasfêmia comigo, mas essa marcou.
"O pierrot apaixonado chora pelo amor da colombina
E na esquina se mata a beber pra esquecer, pra esquecer"
S & M, do Metallica (1999)
Lembro que fui na loja de CD's do Carrefour já com o intuito de comprar esse CD. A vendedora ficou espantada por eu pagar R$ 50,00 nele (naquela época, R$ 50,00 era uma fortuna; hoje num paga nem um kinder ovo, que também é uma fortuna), e disse isso em voz alta. Eu, na mais minha singela simpatia, só fiz sorrir, mas internamente desejei que ela se lascasse.
Colocar na lista um disco estilo "Greatest Hits" é meio covardia, afinal são os melhores singles de uma banda. Mas esse disco é foda. Metallica é foda. Uma banda que sabe se impor, brigou com o Napster e foi alvo de ódio de boa parte da população por tentar proibir o download de suas músicas online. E inovou - pelo menos não lembro de nada parecido até o momento - nesse CD: tocou com uma orquestra! Sim, uma orquestra completa: violinos, celos, metais, percussão e tudo o que tem direito. Já acho massa bandas que tem violinistas como integrantes - bom exemplo: Yellowcard -, imagine então uma orquestra inteira! E todas as músicas tiveram arranjos muito em feitos, mas Master of Puppets, ficou simplesmente PHUEDA!
"Come crawling faster / Obey your master
Your life burns faster / Obey your master... Master!"
Sam's Town, do The Killers (2006)
Dentre as bandas que citei aqui, The Killers é a única que desde a primeira vez que ouvi, pensei: "virei fã dessa banda." Seja pelo ritmo, pela voz de Brandon Flowers, pelo estilo... enfim. Me considero um fã de The Killers, desses paga-pau mesmo. Já tinha achado o primeiro CD - Hot Fuss - muito bom, mas esse veio pra colocar de vez o nome da banda no mundo. Sonoridade excelente e um frontman que cativa muito bem seu público. E com letras ótimas, estilo Bones e Sam's Town, que cativam quem as entende.
Poderia ficar falando aqui um tempão sobre The Killers... mas o bom é ouvir, né? Minha música predileta da banda nem é desse CD e sim do primeiro, mas esse CD é tão completo e viciante que resolvi colocá-lo aqui.
"And sometimes you close your eyes
And see the place where you used to live
When you... were young"
E aí, gostaram? Quer fazer a sua lista? Simples:
Entra em contato comigo por uma das redes sociais que tem ali do lado - twitter ou facebook -, escreve sobre cada um dos seus discos prediletos e me manda que eu publico! Vamos deixar o blog mais interativo, e além disso, trocamos informações sobre música! Tem coisa melhor??
Aqui em Natal, tem umas coisas que eu simplesmente não entendo. O povo parece que gosta de aparecer, só pode.
Não sei de onde tiraram a ideia que Natal é uma cidade de custo alto, a qual os preços devem ser exorbitantes. Shows, comida, eventos... tá tudo os olhos da cara. Mas o pior é que tem pessoas que, mesmo reclamando, vão. Vamos aos exemplos:
1º) Shows do Teatro Riachuelo.
Tudo bem que lá é muito confortável, o clima é agradável... mas sinceramente, pagar R$ 360,00 para ver o show de Marisa Monte é foda. E pior: acho que com menos de 20 dias, teve Roberto Carlos lá. Pela singela bagatela de R$ 600,00. Isso mesmo, não tem nenhum zero a mais: SEISCENTOS CONTO PRA VER UM CARA QUE TODO ANO FAZ SHOW NA GLOBO.
Longe de mim falar da qualidade dos artistas. Apesar de não ouvir muito Marisa Monte, admiro o sucesso que ela faz, já a tanto tempo, sem mudar sua qualidade sonora. Já Roberto Carlos, apesar de todo mundo falar "mimimi não aguento mais Roberto Carlos na TV cacacá", todo mundo cantarola pelo menos umas 5 músicas dele, seja por mero "grude mental" ou por gostar dessas ou daquelas músicas; sem contar que é um cara que influenciou muita gente que veio posteriormente, como Raul Seixas, Skank, China (ex-Sheik Tosado), entre outros. RC não é só esse MPB que vemos hoje em dia, RC já foi Rockabilly, vide Splish Splash e Parei na Contramão.
2º) UFC
Tudo bem que é a "sensação do momento", que todo sábado as lutas são praticamente todas narradas pelo facebook e bar que é bar tem que passar as lutas todas. Mas acho que cobrar R$ 180,00 - e olha que esse é o preço mais barato - pra ver uns 20 caras se esmurrando dois a dois, prefiro ver no Youtube. O que mais tem é briga por aí, e essas sim são de "vale tudo". Mas como eu disse, há gosto pra tudo...
Homem, mulher, velha, cachorro, garrafa térmica... ISSO É VALE TUDO!
O que venho reclamar é sobre os preços desses eventos. Talvez não seja culpa do artista/atletas em si, mas sim dos empresários que trazem para cá esses shows. Procurando pela net, li um texto na página do PROCON/RN dizendo que parte da culpa era dos estudantes. Trecho retirado da reportagem:
"Segundo reportagem da revista Superinteressante, o mecanismo
da meia-entrada é o seguinte: o produtor sabe quanto quer ganhar
e estima que 80% vai entrar pagando meia; cabe aos outros 20%
cobrir o prejuízo."
PORRA, BICHO! Estudante se mata pra estudar e estagiar ao mesmo tempo, ganha uma miséria no seu estágio e ainda leva a culpa? É falta do que culpar, né? É uma regra simples da economia: lei da oferta e procura. Quanto mais barato possível for o ingresso, mais gente se interessará para prestigiar o evento. Custo de oportunidade, meu caro. Se você colocar a R$ 100, capaz de dar 30 pessoas. Mas se você colocar a R$60, é possível que a quantidade de pessoas dobre, tendo como receita R$ 60 a mais que na situação anterior. Olhe que usei números baixos, essa margem de lucro pode ser BEM maior.
Tudo bem que posso estar sendo louco, que não é assim que a máquina do sistema funciona e mais blá blá blás... mas custa tentar? Pelas minhas experiências, os rolés mais bombantes aqui de Natal são os que beiram o 0800, e mesmo assim, ainda há um item que não comentei: consumação. Ninguém vai pra uma balada e não pede nada. Consome-se muita bebida, boa parte dos lucros são tirados daí.
O problema maior de tudo é a ganância dos empresários em pensarem apenas no lucro, e não no bem-estar dos que vão a esses e outros eventos aqui não citados. Mas a população também tem parcela de culpa: enquanto houver público que pague esses preços abusivos, talvez até deixando de cumprir com algum compromisso financeiro seu ou então se apertando até não poder mais para tal, eles continuarão a serem cobrados. Como eu disse, é a lei da oferta e da procura, ela serve tanto para o bem quanto para o mal. Por isso, espero que todos se conscientizem a respeito de quanto pagam nos lugares que vão, e se aquele preço vale realmente o evento que você está prestigiando. Quanto mais pessoas pensarem nisso, mais os que realmente ganham com isso serão forçados a baratear os preços.