quinta-feira, 2 de julho de 2015

Não reduza a maioridade, aumente a educação.

Ultimamente, o que tem tomado conta das discussões em grupos de Whatsapp, bares, academias e principalmente redes sociais é a proposta de Redução da Maioridade Penal, atualmente em 18 anos, para 16 anos. Muita gente contra, muita gente a favor... E como tenho meu blog e gosto de dar pitaco numa coisa ou outra, aqui vai a MINHA OPINIÃO. 

Antes de tudo, reitero que é a MINHA OPINIÃO, então você amiguinho que está lendo esse texto, você tem o direito de discordar dela ou não. Mas lembre-se... tem o direito de DISCORDAR, e não de DESRESPEITAR. Infelizmente, muita gente hoje em dia confunde as duas coisas, talvez achando que uma dá direito à outra, e a intolerância rola solta por aí, com força. O que não está do seu acordo e/ou é diferente do seu gosto não te dá o direito de falar mal. Por isso que tem tanta briga entre torcidas, briga entre partidários e outros exemplos de formas de proliferação do ódio por aí.

Mas vamos voltar ao foco. Muita gente a favor da redução da maioridade defende que "se um jovem de 16 anos pode votar, também poderia ser preso." Bem, são duas coisas diferentes. Ao votar, você TEORICAMENTE está querendo e projetando um futuro melhor para seu país, esperando que seu candidato faça o que de fato prometeu, caso ele seja eleito. Já debati com algumas pessoas que não acho que votar nulo seja a melhor das opções; creio que seja mais uma forma de "escapar da responsabilidade" do que se dar a cara à tapa para os resultados. Não acho que você possa cobrar algo de alguém caso você não tenha dado algum crédito à essa pessoa.

Mas prender um jovem 16 anos talvez não seja a melhor das opções. Vejam que estou dizendo TALVEZ NÃO SEJA. Não sou o dono da verdade, e pode ser que isso erradique em 100% os crimes no Brasil. Mas, na minha humilde visão, não é algo interessante de se propor. De alguma forma, estão aumentando a quantidade de gente que pode ser presa e colocada num local que já é superlotado por natureza, praticamente. Os presídios brasileiros trabalham muito acima da sua capacidade de detentos, o que gera revolta lá dentro e uma maior insegurança para quem trabalha lá. E salvo algumas exceções, pois nada nessa vida é livre de exceções, os presos não saem da cadeia melhores do que quando entraram. Muitos saem até piores, revoltados com a vida, o sistema e tudo mais. Daí a ideia de colocar um jovem de 16 anos lá dentro, no meio de criminosos de alta periculosidade, para que com 22, 23 ele saia de lá possivelmente pior do que entrou é uma coisa meio assustadora. 

"Ah, Monta... mas o que não falta é moleque por aí matando, roubando, estuprando e não sei o que mais!" Sim, claro que tem! É fato, só um cego não vê isso. Mas, no meu ver, reduzir a maioridade penal achando que essa onda de violência vai acabar ou diminuir é tipo querer tirar uma árvore do lugar, mas só cortar os galhos lá de cima, ao invés de arrancá-la pela raiz. (Gente, não derrubem árvores... foi só uma comparação que fiz! Repito: NÃO DERRUBEM ÁRVORES!) A solução pra isso é investir em educação. Daí entra outro problema: o sistema educacional. Atualmente, os alunos sentem-se repelidos pela escola, e buscam afastar-se dela. Professores maçantes, escolas estrutura e em alguns casos até falta de apoio da família... tudo isso faz com que o mundo fora de uma sala de aula seja mais atrativo do que dentro dela. O dever de uma instituição de ensino não é o de afastar seus alunos, mas sim de atraí-los, educá-los e mostrar como a educação pode modificar e influenciar para melhor não só o mundo em que vive, mas seus hábitos e tudo o que lhe acontece ao redor. 

Novamente, digo que não sou o dono da verdade. É capaz que, mesmo um adolescente recebendo uma educação adequada e que seja do seu agrado, ele pode entrar para o mundo da marginalidade? Claro que pode; o livre arbítrio tá aí pra isso. Mas as chances disso acontecer são menores do que a forma que vivemos hoje em dia, creio eu. Com estudo, a criança e o adolescente podem pensar mais no futuro, pensar mais na sociedade como um todo e em suas ações e efeitos. Viram "mentes pensantes", que podem contestar com argumentos ao invés de armas o que não lhe convém. Educação é a base de tudo, basta tratá-la bem e querer que ela seja essa base.

Mas, como a votação já rolou e deu no que deu, vamos ver o desenrolar da trama nos próximos capítulos. Oremos...