terça-feira, 7 de outubro de 2014

O Outubro Rosa e o Poder do Esporte.

Ultimamente, o que mais tenho acompanhado em grupos de Whatsapp, facebook e encontros pessoais é discussão sobre política. Não digo no sentido de "debate", de conversa decente; e sim no sentido de brigas mesmo, de gente deturpando fatos, radicalizando, expressando sua opinião sem estar fundamentado em algo, xingando uma pessoa que, num outro contexto, não mereceria ser xingada assim... enfim. Gente que trata campanha eleitoral como uma briga quase que sendo levada para o pessoal, uma guerra.

Não gosto de discutir política, e se quiserem me chamar de "apolítico" ou "sem opinião", podem chamar mesmo; liguei o "foda-se" pra isso e pronto. Tenho meus ideais políticos, respeito quem não compartilha dos meus ideais (afinal, se o mundo todo fosse igual não teria a menor graça), escolhi (no meu ver, é claro) com consciência meus candidatos e já vi algumas propostas dos que ainda disputam os cargos eletivos, e acho que Google, internet e tudo mais tá aí pra que todo mundo possa pesquisar e fazer a sua escolha; só precisam SABER ONDE PESQUISAR: tem muito canto aí que inventa notícia falsa só pra denegrir a imagem de A ou B. Mas, independentemente da sua decisão para o segundo turno, dia 26/10, escolha com consciência, baseado em propostas do seu candidato. 


Entre outras coisas que podemos nos ocupar com Outubro e esquecer um pouco essa guerra, temos o Outubro Rosa. Durante todo o mês, é feita uma campanha maior de conscientização da prevenção contra o câncer de mama. Propagandas em TV, jornais, redes sociais e etc. aparecem aos montes. Até no âmbito esportivo há essa campanha. A NFL - National League Football, liga de futebol americano dos Estados Unidos - dedica apoio à campanha durante o mês de outubro, mostrando o símbolo da campanha - um laço rosa, que acho que todo mundo já deve ter visto - nas suas transmissões. Além disso, as equipes usam - o uso era obrigatório até a temporada passada, nessa é facultativo - alguma peça rosa em seus uniformes. 

Quem me conhece sabe que tenho uma história com câncer na família. Ele levou meu pai, meu tio e já afetou outros parentes meus. Sempre quando vejo uma história de superação ou de luta contra essa doença, me emociono. Uma dessas foi ontem, durante o jogo entre New England Patriots X Cincinnati Bengals, pela NFL. Devon Still, jogador dos Bengals, viu o time rival daquela noite homenagear sua filha que luta contra um câncer, colocando para tocar no estádio uma música que foi feita para ela, enquanto as cheerleaders  dos Patriots usavam a camisa com o número de Devon. 

(Juro que procurei o vídeo com o momento da homenagem e não achei. O máximo que
consegui foi um áudio que parecia ser do Google Translate com fotos rolando durante ele,
que não consegui inserir na postagem, mas deixo o link para o vídeo aqui.)

Mas não é só no futebol americano que homenagens assim ocorrem. Em outros esportes, vemos gestos de equipes que nos fazem acreditar que esporte não é só racismo, como já comentei anteriormente. Em julho, Xander Bailey , adolescente de 18 anos que teve o sonho de se tornar jogador de futebol interrompido pela sua luta contra uma fibrose cística, doença que hereditária que costuma causar debilitações progressivas e a levar à morte prematura, entrou em campo pelo Seattle Sounders, time de futebol - esse, o com os pés mesmo, o soccer deles - de lá, num amistoso contra o inglês Tottenham. Mas não só entrou em campo: ele participou da concentração, teve uniforme perfilado com os dos outros atletas do time no vestiário - com direito a plaquinha com seu nome e tudo -, aqueceu com o time antes da partida e teve seu nome cantado e exaltado por todos os 55 mil torcedores que lá estavam. É de arrepiar.


Outro que passou por uma experiência parecida, mas talvez nem imagine o tamanho de sua emoção, foi o pequeno JP Gibson, de apenas 5 anos de idade. Lutando contra o câncer, JP assinou um contrato de 1 dia com o Utah Jazz, clube de basquete da NBA. Logo depois, entrou em quadra pela equipe numa partida de pré-temporada, "driblou" meio time adversário e ainda conseguiu fazer uma enterrada - com alguma ajuda, mas quem se importa? -, para depois ser aplaudido por todo o público que ali estava.

(Achei um vídeo com qualidade um pouco melhor, mas não consegui inserir
ele na postagem. Logo, tou colocando ele aqui)

O pequeno Gibson talvez não tenha a noção de o quanto isso é gratificante. Mas saber que sua luta contra uma doença grave é um fato de importância para os outros é algo que nos deixa felizes e pensando que num mundo onde vemos tantas brigas e sofrimento, ainda há espaço para colocar um sorriso e/ou uma lágrima de emoção no rosto das pessoas. São coisas como essa que me fazem ver como o esporte pode ser algo fantástico e sensacional.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

O que eu achei de: CAVALEIROS DO ZODÍACO: A LENDA DO SANTUÁRIO

Sei que faz tempo que não venho aqui. Mas eu, como grande fã de toda saga CDZ, tive que comentar o que achei dele. Sim, eu já o vi!! Hahaha!



Meu conceito é:

Desde que "Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda do Santuário" foi anunciado, ouvi entre fãs do anime muitas divergências sobre esse filme. De um lado, gente achando o design das armaduras muito bom e ansioso para ver Seiya e cia. em uma animação 3D; enquanto do outro, gente reclamando que não dá para pegar os 32 episódios da saga das Doze Casas e resumir bem em 93 minutos de filme. Enfim, dentre essa "disputa" de opiniões, vou dar minha opinião sobre o filme. E juro que não vou spoilar!!

"Mas o filme só não estréia dia 11/09?" Sim, meus amigos. A estréia nacional dele será amanhã, quinta-feira. Mas graças a uma parceria entre a Diamond Films Brasil, o Cinemark e o pessoal do SAGA Entretenimento, participei de uma promoção via facebook e fui um dos 88 escolhidos para assistir uma première do filme ontem, terça-feira (09/09), no Cinemark Natal. Inclusive com direito à pipoca e refrigerante de graça e um pocket show da banda Saigo Ni, com algumas músicas que marcaram época do anime, antes da exibição do longa.


Claro que eu estava devidamente trajado para a ocasião.
(Montanaro veste: Chico Rei)
Mas enfim, vamos ao filme! Os primeiros minutos do filme são simplesmente ESPETACULARES. O visual, as tomadas de cena, a ação contida neles... É realmente pra ficar boquiaberto, espantado com o quanto é muito boa aquela primeira meia hora. As batalhas, em sua maioria, são muito bem coreografadas, dá pra ver desde a primeira luta que os cavaleiros de ouro tem um poder muito maior do que os de bronze. Além disso, alguns golpes estão muito bem feitos, pra você gritar de êxtase quando estes são aplicados.

A dublagem - sim, a sessão foi dublada - está impecável. Como era de conhecimento de todos que acompanharam cada notícia revelada sobre o filme, o elenco da dublagem brasileira foi o original que conhecemos (Hermes Barolli como Seiya, Élcio Sodré como Shiryu, Francisco Bretas como Hyoga e cia.), tanto para os bronze boys como para os cavaleiros de ouro. Vale ressaltar que muito se esperava sobre a voz de Camus de Aquário, cujo dublador "clássico" faleceu no final do ano passado. Pois bem, ela está quase idêntica. Parabéns à Fábio Lucindo, escolhido para substituir Valter Santos, pelo ótimo trabalho.

A história foi um pouco alterada em relação à original, mas nada que me fizesse dar um ponto negativo para o filme por causa disso. Também ocorreram mudanças nas batalhas em si, alterando os participantes de algumas - coisa que já havia sido divulgada a um tempinho já -, mas também não me afetou negativamente. Outro elogio que posso fazer é sobre o humor contido no filme, algo não muito visto no anime. Piadas colocadas em momentos certos, não sendo introduzidas ali forçadamente, e algumas intrínsecas, que só quem acompanhou o desenho irá entender.

Entretanto, vamos aos pontos negativos do longa; que no fim das contas, derivam apenas de um motivo: o fato da história ser contada bem rapidamente. Acho que qualquer pessoa em sã consciência esperaria alguns cortes desse filme em relação à saga clássica. De fato, a apresentação da história como um todo é bem rápida. Não daria para desenvolver bem cada personagem ali, o que de fato não ocorreu. Todos da sala de fato já conheciam as personalidades de Seiya, Shiryu, Hyoga, Shun, Ikki e Saori, então não se deram muito ao trabalho de desenvolvê-los, o que pode ser estranho para um espectador que nunca viu CDZ na vida.

Mas os pontos fracos mais notórios são mesmo quando eles começam a subida pelas 12 casas. Mesmo você abrindo a mente para ver esse filme, dá um pouco de raiva em alguns momentos pela rapidez como as coisas fluem. Tem momentos que você fica achando que faltou "um pouco mais", e confesso que faz um pouco de falta aquele "discurso dramático" meio que clássico no desfecho de cada luta e uma boa trilha sonora, o que era uma marca registrada do anime. Já outras coisas estão ali meramente por estar, podiam até serem retiradas que não fariam falta. Algumas até um tanto espalhafatosas e vergonhosas, dignas de um musical da Disney, e não de Cavaleiros do Zodíaco.

Enfim... Basicamente esses foram os motivos que me impediram de dar cinco estrelas para o filme. Mas ao me perguntarem se eu recomendo verem o filme, minha resposta é SIM. Você, que assim como eu cresceu acompanhando o anime pelos 20 anos de exibição aqui no Brasil, imitando os golpes, dizendo-os em alto e bom som e brincando com seus amigos na rua ou na escola, vá ao cinema. Mas vá ao cinema de mente aberta, pronto pra receber algumas mudanças de roteiro. E divirta-se. Se puder, leve alguém que nunca teve contato com Cavaleiros do Zodíaco (seu filho, por exemplo) para assistir contigo. Mas antes, de preferência, faça um breve resumo da obra, especialmente sobre cada cavaleiro e suas características. Acho que quem não conhece irá gostar, e quem já conhece - caso se livre de todos os preconceitos - irá gostar mais ainda, só pela nostalgia que dá.

~~~~~ UPDATE ~~~~~

Tou colocando AQUI o vídeo feito pelo Saga Entretenimento sobre a pré-estréia do filme terça-feira! Detalhe pra minha aparição, a qual a câmera até sai da velocidade acelerada e vai pra normal só pra me filmar! ehauheauheauhaeueah!
Enfim, a estréia é hoje... então vão ao cinema e aproveitem!

"Que nossos cosmos de todos se eleve ao MÁXIMO!"

terça-feira, 22 de julho de 2014

Dunga? Éééééé... Vamos esperar pra ver.

Passada mais de uma semana do fim da Copa do Mundo, o Brasil que fala futebol só se debate praticamente uma coisa: o que se deve fazer para nosso futebol ser considerado um dos melhores do mundo. Para isso, muito se foi debatido em programas esportivos, conferências, rodas de amigos e mesas de bar. Técnico nacional, estrangeiro ou extraterrestre, o importante é que se trabalhe não só a seleção principal, mas também as de base, assim como os clubes, que são os grandes celeiros de craques do futuro.

Para isso, até a comissão que era dita "permanente" da seleção, como o médico José Runco e o diretor de comunicação Rodrigo Paiva, estes os quais estavam a mais ou menos 15 anos na CBF, foram colocados para fora. Gilmar Rinaldi, ex-goleiro do Flamengo, São Paulo e seleção, foi colocado como coordenador-geral de seleções. Um nome pra lá de questionado, visto que a única experiência como dirigente de futebol foi uma fracassada passagem pelo Flamengo, o qual criou briga com Romário, estrela do time na época, a qual alastra um rancor até hoje do baixinho. Um nome que foi citado e seria uma boa para tal cargo é o de Leonardo, que foi dirigente na Itália e na França, conhece futebol europeu e poderia ser de mais utilidade ao esquete brasileiro.

E agora, o nome para comandar o Brasil nos próximos anos, o novo técnico da seleção é... Dunga


É... não é lá o nome que esperávamos. 

Não creio que Dunga é o nome certo pra tão sonhada e falada "renovação". Nesses 4 anos entre uma passagem e outra pelo comando do Brasil, não sei se ele estudou sobre ser técnico, sobre treinamentos, táticas, estilos de jogo, jogadas ensaiadas e outros requisitos básicos para ser técnico de futebol. Contra ele, ainda também temos o fato de sua teimosia, de ter seu "grupo fechado" entre a Copa das Confederações de 2009 e a Copa do Mundo de 2010. Com isso, deixou de fora nomes que despontavam no cenário nacional, como PH Ganso e Neymar, que eram quase que unanimidade na boca dos brasileiros para a Copa daquele ano, para levar jogadores como Grafite, Josué e Kléberson, que pouco contribuíram para a seleção naquele ano. 

Mas se pararmos para pensar bem, seu trabalho não foi de todo mal. Em 2007, ganhou uma Copa América com um time que todo mundo achava mediano, e metendo na final um 3x0 em cima de uma Argentina que vinha sendo considerada o "bicho-papão" da época. Lembro que vi esse jogo com alguns amigos, no antigo Chicken-In, na Prudente de Moraes. De umas 7 a 10 pessoas que lá estavam, apenas UMA tinha colocado vitória do Brasil num bolão que fizemos. 


Em 2008, ele falhou nas Olimpíadas, ok. Mas vamos parar um pouco e analisar a situação: Até chegar na semifinal, o Brasil não havia tomado gol. Nas semi, um confronto com a Argentina, a qual tinha uma geração bem melhor que a nossa. Para termos uma noção, pesquisei e vou colocar os 18 convocados do Brasil e da Argentina das Olimpíadas de 2008 e os 23 da Copa do Mundo desse ano:


Temos 9 campeões olímpicos pela albiceleste que foram pro mundial, contra apenas 5 medalhistas de bronze brasileiros. Pra piorar a comparação, essas eram as escalações de Brasil x Argentina na semifinal das Olimpíadas, e em negrito, destaquei os jogadores que foram titulares em pelo menos 3 dos 7 jogos que cada seleção fez na Copa desse ano:

ARGENTINA: Romero; Garay, Monzon, Zabaleta e Pareja; Gago, Mascherano, Di Maria e Riquelme (Sosa); Messi e Agüero.

BRASIL: Renan; Rafinha, Alex Silva, Breno e Marcelo; Lucas, Hernanes (Thiago Neves), Anderson e Diego (Jô); Ronaldinho Gaúcho e Rafael Sóbis (Alexandre Pato).  

Ou seja, dos 5 brasileiros que estavam nas duas seleções, só 2 vingaram mesmo como titulares na Copa do Mundo. Já na Argentina, dos 9 hermanos, 8 foram titulares, e talvez só não teve todos titulares porque Agüero e Lavezzi são da mesma posição. Ele tem uma parcela de culpa na convocação, mas acho que não precisamos de mais fatos pra comprovar que a safra portenha de jovens jogadores era de fato melhor que a nossa.

Em 2009, obtemos a classificação para o Mundial de 2010 com estilo: metendo um 3x1 na Argentina - praticamente uma freguesa na "Era Dunga" -, em plena Rosário, num estádio estilo "caldeirão", com a torcida bem perto do gramado. Sem contar que além de afundar nossos hermanos, foi a classificação mais antecipada do país para um Mundial, com 3 rodadas de antecedência.


E não esqueçamos da Copa das Confederações, a qual o time jogou bem, inclusive metendo um sonoro 3x0 na Itália, construído ainda no primeiro tempo, e uma virada extraordinária na final contra os EUA. Mas como Copa das Confederações sempre engana a seleção campeã, ou no mínimo pode ser considerada como "pé-frio"...



Daí veio a Copa do Mundo de 2010, e todos sabem o que aconteceu. Algumas boas apresentações, principalmente diante o Chile. Mas o problema consistia no banco de reservas, o qual não tínhamos. Tínhamos um bom time titular, com o trio Kaká, Robinho e Luís Fabiano inspirado e entrosado desde as eliminatórias. Mas quando precisava-se de uma peça de reposição, não tinha. Se pararmos pra pensar, o jogo contra Holanda foi ruim sim, mas temos que dar méritos pra Laranja também, que tinha uma ótima geração (Sneijder, Van der Vaart., Van Bommel, Van Bronckhorst, Robben etc.).

Bem, Dunga não é lá das melhores opções. Ele não significa renovação e talvez continue o mesmo teimoso que demonstrou ser. Mas Dunga tem o estilo "linha dura", sabe levar com pulso firme uma seleção. Afinal, ele já chamou Alex Escobar de "cagão de merda" e barrou a entrada de Fátima Bernardes na concentração. Ou seja, ele tem peito pra bater com a Globo, esse grande paradoxo que cobra treinamentos do time, mas visita tanto a seleção com seus programas - Encontro, Caldeirão do Huck, Esquenta e afins - que mal o deixa treinar. E a Globo não esconde que não gosta dele. Mas quem disse que ele liga pra isso? Isso, no meu ver, é um ponto positivo do gaúcho.

O que podemos esperar é que o "novo velho" técnico consiga "blindar" a seleção como fez antes, que tenha aprendido com os erros de 2010, e consiga comandar a seleção de uma forma digna, que faça jus à toda nossa história no futebol. Não creio que Dunga seja a melhor da opção de treinador do Brasil; mas ele, com certeza, não é a pior delas. Longe disso, tem possibilidade de fazer um bom trabalho. Sucesso, Dunga.

terça-feira, 8 de julho de 2014

Cicatrizes

É muito fácil cantar "sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor" num pré-jogo, ou no começo do jogo. É muito fácil cantar o hino todo à capela, berrando a plenos pulmões. Mas e agora, depois do Brasil tomar 7 x 1... cadê seu patriotismo? Por que ficar fazendo baderna na rua e queimando bandeira agora? Deixou de ser brasileiro por causa de uma derrota? Vai deixar de ser brasileiro agora?




Desde o começo da preparação, eu comento: a preparação do Brasil é horrível! Um dia é Luciano Huck visitando a Granja Comary. No outro, o pessoal do Esquenta. No outro, Ana Maria Braga. Toda semana tinha uma "invasão global" no CT. Todos repórteres que acompanhavam as seleções diziam que o Brasil treinava pouco se comparado a outras grandes potências do futebol, como a Alemanha. E isso é visto nos jogos. Em nenhum jogo o Brasil jogou bem, é só parar para analisar. Chegamos nas semifinais mais pela raça do que pelo conjunto técnico/tático mesmo. Chegamos numa disputa de pênaltis que o CAPITÃO DA EQUIPE não quis nem ver, muito menos apoiar os batedores escolhidos. Perdemos, por lesão, o melhor jogador do time, o qual talvez fosse nossa única jogada de ataque durante a Copa do Mundo. Insistiu-se num centroavante que não chutava, não passava, não fazia nada; estava lá como um espectador muito privilegiado. Não tínhamos tática, não tínhamos liderança, não tínhamos foco. 

A Alemanha, por sua vez, desde o começo da Copa, de acordo com Gustavo Hoffman, jornalista da ESPN Brasil e que acompanhou a seleção germânica desde antes dela chegar no Brasil para a Copa, só teve UMA folga em todo esse tempo. O foco era total no torneio, foco em ganhar. Coisa que nossa seleção, no meu ver, não teve. Ninguém parece lembrar que do outro lado tem uma seleção tri-campeã mundial, com talvez uma das melhores gerações da sua história. Uma seleção muito obediente taticamente, com a base titular toda jogando junta num mesmo time, e que sua base de um modo geral vem desde a Copa do Mundo da África do Sul, em 2010. 

Mas nem por isso, nem se o Brasil perdesse por 18 x 0, iria deixar de torcer. Seleção de futebol, vôlei, basquete, ping pong, peteca... Uma coisa é você ficar puto, xingar jogador A, B, C, ..., Z, o técnico e até o roupeiro; outra coisa é você esquecer todo o patriotismo que você mostrou nesse último mês por causa de um 7 x 1. É vergonhoso? É, claro. Mas como PVC, outro jornalista da ESPN Brasil, diz: "um time vencedor se faz com cicatrizes." Essa cicatriz foi feita com força, é uma cicatriz grande, feia e que vai demorar muito pra fechar. Mas um dia, fecha. Um dia, tudo isso vai ser levado mais a sério. Tudo tem seu recomeço, e a hora de recomeçar todo um projeto é agora.

domingo, 29 de junho de 2014

O que eu achei de: GAME OF THRONES

Vamos falar da que talvez seja a série mais midiática e mais falada da atualidade, acho que desde Lost.



Meu conceito é:

O QUÊ? COMASSIM, MONTA? SEU CONCEITO É QUATRO ESTRELAS SÓ? VOCÊ TÁ ENGANADO MIMIMI...

Calma gente, vou explicar. Mas antes de começar a dissertar sobre Game of Thrones, queria deixar bem claro que o post é sobre a SÉRIE DE TV. Todos que a assistem sabe que ela é baseada na coleção de livros de George R. R. Martin, As Crônicas de Gelo e Fogo. Já tem 5 livros lançados e 2 estão para serem publicados futuramente. Mas não li nenhum dos livros e nem pretendo lê-los também. Quem me conhece sabe que não sou muito de ler - sim, sei que estou errado, mas é meu jeito. Sou mais visual do que imaginativo. E também sei que qualquer que seja a adaptação de livros para cinema e/ou TV, nunca vai ser fiel ao(s) livro(s). Até por isso também, pra não me decepcionar tanto, fico mais com a TV.

Então... A série é SIM muuuito boa. Produção, direção de arte, cenografia, figurino, o escambau. Mas acho que o fato de eu acompanhar a série até o seu momento atual - o fim da quarta temporada - se deve ao fato de eu não começar a assisti-la desde a sua estréia. Quando comecei a assistir GoT, estava no começo da quarta temporada, e já sabendo de algumas coisas que aconteceriam no decorrer da série. Mesmo assim, motivado pelo sucesso que ela faz atualmente, continuei a acompanhá-la. E sinceramente, só continuei por causa disso mesmo.

Cara... achei a primeira temporada MUITO parada. Tudo bem que geralmente, as primeiras temporadas são de apresentações dos personagens e tendem a ser mais explicativas do que com ação propriamente dita. Mas os primeiro episódios são MUITO parados, muita conversinha, e só ouvimos a história do "Winter is coming". Acho que é o inverno mais demorado já visto em outras séries. A segunda temporada segue o mesmo esquema, um marasmo, muita conversa... etc. Mas sempre há um episódio em cada temporada que te deixa boquiaberto, pensando "*%&$(@, bicho!! Foda, foda, foda!!" E sempre é o nono episódio: Baelor na primeira temporada, Blackwater na segunda, The Rains of Castamere na terceira e The Watchers on the Wall nessa última. Todos eles foram episódios com ação constante, que deixaram uma expectativa enorme para o décimo - o último episódio de cada temporada, que praticamente em todas as quatro, foi um episódio com mais marasmo, mais um preparativo para o que a próxima temporada vai nos apresentar.

Mas esse é o problema de Game of Thrones, na minha opinião. Não só nos seasons finale, mas como em outros episódios que terminavam um tanto que impactantes, cansei de dizer "agora, a coisa vai começar a ficar boa" enquanto via os episódios da primeira e segunda temporada... mas nunca ficava boa DE FATO. É como eu disse antes... se eu não soubesse que a série ficaria tão boa nas suas temporadas seguintes, acho que teria desistido de vê-la na segunda, ou quem sabe na primeira temporada. 

Outro ponto que me incomoda não só em GoT, mas como em várias outras séries, são os trocentos personagens que ela possui. Há quem diga que são importantes para a trama, mas por termos tantos personagens numa série relativamente pequena - afinal, são apenas 10 episódios por temporada, com 1h de duração cada um -, não dá pra trabalhar bem os personagens todos, ou pelo menos a maioria deles. Tudo bem que a cada episódio, morre pelo menos uns 3 personagens, mas quando você menos espera, aparece mais uns 5. Tá chegando no nível de Avenida Brasil, com 582 personagens.

Mas fora esses fatos que eu citei, eu acho a série muito boa. Fiz realmente certo em continuar a acompanhá-la, tendo fé que ela melhorasse. E de fato, ela melhorou. A quarta temporada, por exemplo, dá pra citar uns 3 ou 4 episódios de cair o queixo. Não quero soltar spoilers aqui - apesar de que meio mundo já deve saber tudo o que acontece em Game of Thrones sem nem assistir o seriado -, mas pra mim, de longe, a quarta temporada foi a melhor que teve. Mais uma vez, vou dizer "Agora, a coisa vai começar a ficar boa!" Mas agora, com mais esperança e mais respaldo, justamente por causa do que foi esses últimos episódios. Duro vai ser esperar até ano que vem para a próxima temporada...

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Sobre a busca desesperada por ingressos pra Copa...

Já estamos no 12º dia de Copa do mundo... e sinceramente... 


QUANTO JOGO BOM DA PORRA TÁ TENDO ESSA COPA, MEU AMIGO!!

Espanha 1 x 5 Holanda, Inglaterra 1 x 2 Itália, Austrália 2 x 3 Holanda, Uruguai 2 x 1, Alemanha 2 x 2 Gana... ATÉ ARGÉLIA 4 x 2 CORÉIA DO SUL foi bom, bicho!! O nível tá bem alto dessa Copa!! Até agora, os únicos "bicho-papões" que parecem existir são Holanda e França.

Mas queria falar especificamente sobre a oferta de ingressos que observo por aí. Vejo gente nas redes sociais oferecendo ingresso pra Itália x Uruguai por R$ 1.000 ou mais... e gente dizendo que paga até R$ 900 no setor mais barato - que é R$ 60 pelo site da FIFA -, ou seja, 15 vezes mais que o preço original. Gente reclamando que quer ir pro jogo, mas não tem ingresso, e dizendo que é uma "palhaçada" da FIFA disponibilizar o ingresso no seu site NA VÉSPERA DO JOGO, e o mesmo esgotar rapidamente, em menos de 2 minutos... muito mimimi e cacacá. Mas aí, você para pra analisar e relembrar a situação.

- A primeira fase de venda de ingressos começou a mais ou menos um ano, quando não sabíamos nem quem ia jogar em cada cidade-sede;
- Depois do sorteio dos grupos, realizado em dezembro, foram conhecidos os jogos da primeira fase de cada cidade, sendo que aqui em Natal, tivemos México x Camarões, EUA x Gana, Japão e Grécia, e amanhã, 24/06, Itália x Uruguai.
- De lá pra cá, foram pelo menos seis meses no qual você podia tentar comprar seu ingresso. Eu, por exemplo, quando fui comprar os meus para o jogo de amanhã, não tive muito problema. Após esperar numa fila - que era algo completamente normal, uma vez que pessoas do mundo todo tentam comprar tais ingressos - por uns 15 minutos, consegui, sem muita demora e problemas, comprar dois lugares para a partida que, antes mesmo da Copa começar, era a que mais prometia, pois será o jogo entre dois campeões mundiais.

Aí é que vem agora minha indagação... se você tá disposto a pagar os preços que eu citei acima no ingresso do jogo de amanhã, pode-se dizer que você tá "desesperado" pra ver o jogo. E como você tá desesperado pra ver o jogo, POR QUE CARGAS D'ÁGUA NÃO COMPROU O INGRESSO ANTES? Salvo exceções do tipo esquecimento mesmo, conheço gente que não tava interessada em ir pra nenhum dos jogos até descobrir que Itália x Uruguai vai ser, talvez, o jogo mais dramático dessa primeira fase, pois quem ganhar passa para a próxima fase, e quem perder tá fora.

"Mimimi mas nesse jogo vão dar o sangue."

CARA... É UMA COPA DO MUNDO. Qual seleção não daria sangue? Você pode até discordar da capacidade técnica de uma seleção ou outra, mas DUVIDO que uma seleção entre achando que Copa é uma competição "meia-boca", que vá jogar um mundial "por obrigação", ou seja, que não entre "dando sangue" nos jogos. Além disso, Copa do Mundo é uma coisa que talvez você nunca mais possa acompanhar in loco, é um momento único que só tem de 4 em 4 anos, praticamente o planeta todo para pra acompanhar os jogos. Claro que um jogo decisivo tem mais um clima de tensão, mas no meu ponto de vista, todos os jogos tem.

E por fim, é o que eu disse antes: é Itália x Uruguai, cara. São 6 títulos mundiais em campo. São grandes seleções, é o, teoricamente, jogo de melhor nível técnico que terá aqui. Mas não basta ser uma grande seleção pra fazer um jogo bom. Como eu disse... lembrem de Argélia 4 x 2 Coréia do Sul. Quem RAIOS apostaria nesse jogo como um dos grandes jogos da Copa até agora? Quem raios acharia que a COSTA RICA seria líder do chamado "grupo da morte", com 3 campeões mundiais (Itália, Uruguai e Inglaterra)? O que quero dizer é que o último jogo da Arena das Dunas já teria tudo pra ser um ótimo jogo. O ingrediente de ser um "mata-mata" antecipado é apenas um bônus para amanhã.

Vi gente querendo fazer leilão num ingresso de Copa do Mundo, dizendo que tá vendendo mas não divulga o preço publicamente. Pra mim, é gente que espera os candidatos a compradores darem seus preços e fica com o que der mais, o que pelo que vejo, não sai por menos de R$ 800, R$ 900. Acho absurdo fazerem isso, e mais absurdo ainda quem compra por ele. Mas cada um, cada um. Eu comprei o ingresso faz uns 4 meses. Ou seja, é algo que eu queria ver DESDE O COMEÇO. Graças a Deus, não estou desesperado por dinheiro, não estou necessitando urgentemente de uma quantia assim. Vou ao jogo, vibrar com os lances e sentir um clima diferente de quando vou pra os jogos do meu ABC. Quero poder ter uma história para contar pros meus netos, poder dizer "netos... um dia, eu assisti um jogo de Copa do Mundo direto do estádio, in loco."

Resumindo... sabe o que eu acho da galera que tá querendo ingresso agora de véspera para o jogo?

Eu acho é pouco.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Vamos falar de Copa do Mundo!

De uns tempos pra cá, vi muito rebelde sem causa falando "mimimi não vai ter Copa", "torcer contra o Brasil", "Copa pra quem?" e coisas do tipo... justificando-se dizendo que os hospitais estão sucateados, a educação está falida, a segurança está precária e etc, etc, etc.

Ok. Vamos fazer uma rápida conta: a última Copa que ocorreu no Brasil foi em 1950. Em 2007, o Brasil foi eleito para sediar esta Copa de 2014. Entre a última Copa e a escolha do Brasil como país-sede, foram-se 57 anos. Venhamos e convenhamos, nesse tempo, as coisas não eram muito diferentes do que temos hoje em dia. Os mesmos hospitais sucateados, a mesma educação falida, a mesma segurança precária... Gente, com Copa ou sem Copa, a situação seria a mesma que temos hoje. É triste, mas é a verdade. Ou seja, o que quero dizer é que você tem todo o direito de protestar por melhorias na condição de vida da sociedade, é direito e acho até dever do cidadão. E claro que uma Copa do Mundo é um meio de divulgar o protesto para todo o mundo. Entretanto, pare de ser alienado e saiba protestar: colocar a culpa nela é usá-la como bode expiatório para um problema que não é dela. 

Sem contar que "torcer contra o Brasil" é a coisa mais imbecil e paradoxa que se há. Afinal, você quer que o Brasil se dê bem sempre, né? Então, porque não torce pro ele na Copa? Nenhum jogador tem culpa da situação que está. Não foi Neymar que roubou o dinheiro da educação, Hulk roubou o dinheiro da segurança, Fred roubou o dinheiro da saúde e afins. Vamos deixar de ser "pseudomilitantes" e não mire nos alvos "mais fáceis", e sim mire nos certos: os políticos que lá estão no(a) Senado/Governo/Câmara/Prefeitura. Cobre DELES uma melhor situação para o lugar onde você mora, e principalmente, ESCOLHA CERTO EM OUTUBRO. Vote com consciência, se informe sobre propostas do seu candidato - tanto as apresentadas quanto as que ele já propôs em mandatos anteriores - e vote com consciência. 

Ou seja: se quer protestar, proteste. Se quer curtir a Copa, curta. Mas não misture as coisas.

Saindo um pouco da esfera política - mas só um pouco -, é incrível como brasileiro gosta de queimar seu filme. Seja Andressa Ulrach mendigando atenção de Cristiano Ronaldo na chegada de Portugal (mesmo ela dizendo que queria esquecê-lo depois dela falar do caso entre os dois), seja ônibus de delegação quebrando, o que impressiona é a capacidade de intolerância do brasileiro e a incapacidade que boa parte deles tem de respeitar o diferente. Só nessa última semana, tivemos uma tentativa de assalto à mexicanos e um argentino sendo agredido e tendo seu dedo quebrado por brasileiros. Bem, se é essa a imagem que estamos querendo passar, que somos arruaceiros e intolerantes, estamos fazendo bem. Só pra reafirmar o que tou falando:

Infelizmente, creio que não será a última vez que veremos isso...

Por fim, queria elogiar a seleção alemã. Hospedada na Bahia, os alemães, com fama de carrancudos, sisudos e sérios, já cantaram o hino do Bahia, visitaram uma escola a qual a federação alemã já ajuda e construíram um centro de treinamento que servirá como condomínio de luxo pós-Copa, sem contar a simpatia que todos os meios midiáticos estão comentando sobre eles. Eu já era fã da seleção de lá - assim como a cultura como um todo, o que me fez ter vontade de aprender alemão -, e depois dessa demonstração de carisma então, fiquei mais ainda.

Que bom seria se os brasileiros também fossem assim, simpáticos com os estrangeiros que aqui estarão, né? Só nos resta torcer para isso ocorrer. E torcer pro Brasil também, né?