Ultimamente, o que mais tenho acompanhado em grupos de Whatsapp, facebook e encontros pessoais é discussão sobre política. Não digo no sentido de "debate", de conversa decente; e sim no sentido de brigas mesmo, de gente deturpando fatos, radicalizando, expressando sua opinião sem estar fundamentado em algo, xingando uma pessoa que, num outro contexto, não mereceria ser xingada assim... enfim. Gente que trata campanha eleitoral como uma briga quase que sendo levada para o pessoal, uma guerra.
Não gosto de discutir política, e se quiserem me chamar de "apolítico" ou "sem opinião", podem chamar mesmo; liguei o "foda-se" pra isso e pronto. Tenho meus ideais políticos, respeito quem não compartilha dos meus ideais (afinal, se o mundo todo fosse igual não teria a menor graça), escolhi (no meu ver, é claro) com consciência meus candidatos e já vi algumas propostas dos que ainda disputam os cargos eletivos, e acho que Google, internet e tudo mais tá aí pra que todo mundo possa pesquisar e fazer a sua escolha; só precisam SABER ONDE PESQUISAR: tem muito canto aí que inventa notícia falsa só pra denegrir a imagem de A ou B. Mas, independentemente da sua decisão para o segundo turno, dia 26/10, escolha com consciência, baseado em propostas do seu candidato.
Entre outras coisas que podemos nos ocupar com Outubro e esquecer um pouco essa guerra, temos o Outubro Rosa. Durante todo o mês, é feita uma campanha maior de conscientização da prevenção contra o câncer de mama. Propagandas em TV, jornais, redes sociais e etc. aparecem aos montes. Até no âmbito esportivo há essa campanha. A NFL - National League Football, liga de futebol americano dos Estados Unidos - dedica apoio à campanha durante o mês de outubro, mostrando o símbolo da campanha - um laço rosa, que acho que todo mundo já deve ter visto - nas suas transmissões. Além disso, as equipes usam - o uso era obrigatório até a temporada passada, nessa é facultativo - alguma peça rosa em seus uniformes.
Quem me conhece sabe que tenho uma história com câncer na família. Ele levou meu pai, meu tio e já afetou outros parentes meus. Sempre quando vejo uma história de superação ou de luta contra essa doença, me emociono. Uma dessas foi ontem, durante o jogo entre New England Patriots X Cincinnati Bengals, pela NFL. Devon Still, jogador dos Bengals, viu o time rival daquela noite homenagear sua filha que luta contra um câncer, colocando para tocar no estádio uma música que foi feita para ela, enquanto as cheerleaders dos Patriots usavam a camisa com o número de Devon.
(Juro que procurei o vídeo com o momento da homenagem e não achei. O máximo que
consegui foi um áudio que parecia ser do Google Translate com fotos rolando durante ele,
que não consegui inserir na postagem, mas deixo o link para o vídeo aqui.)
Mas não é só no futebol americano que homenagens assim ocorrem. Em outros esportes, vemos gestos de equipes que nos fazem acreditar que esporte não é só racismo, como já comentei anteriormente. Em julho, Xander Bailey , adolescente de 18 anos que teve o sonho de se tornar jogador de futebol interrompido pela sua luta contra uma fibrose cística, doença que hereditária que costuma causar debilitações progressivas e a levar à morte prematura, entrou em campo pelo Seattle Sounders, time de futebol - esse, o com os pés mesmo, o soccer deles - de lá, num amistoso contra o inglês Tottenham. Mas não só entrou em campo: ele participou da concentração, teve uniforme perfilado com os dos outros atletas do time no vestiário - com direito a plaquinha com seu nome e tudo -, aqueceu com o time antes da partida e teve seu nome cantado e exaltado por todos os 55 mil torcedores que lá estavam. É de arrepiar.
Outro que passou por uma experiência parecida, mas talvez nem imagine o tamanho de sua emoção, foi o pequeno JP Gibson, de apenas 5 anos de idade. Lutando contra o câncer, JP assinou um contrato de 1 dia com o Utah Jazz, clube de basquete da NBA. Logo depois, entrou em quadra pela equipe numa partida de pré-temporada, "driblou" meio time adversário e ainda conseguiu fazer uma enterrada - com alguma ajuda, mas quem se importa? -, para depois ser aplaudido por todo o público que ali estava.
(Achei um vídeo com qualidade um pouco melhor, mas não consegui inserir
ele na postagem. Logo, tou colocando ele aqui)
O pequeno Gibson talvez não tenha a noção de o quanto isso é gratificante. Mas saber que sua luta contra uma doença grave é um fato de importância para os outros é algo que nos deixa felizes e pensando que num mundo onde vemos tantas brigas e sofrimento, ainda há espaço para colocar um sorriso e/ou uma lágrima de emoção no rosto das pessoas. São coisas como essa que me fazem ver como o esporte pode ser algo fantástico e sensacional.