terça-feira, 15 de outubro de 2013

Say my name, mr. Hopkins!

Sei que já escrevi sobre Breaking Bad, dando a minha humilde opinião. Mas uma coisa é a opinião de um mero leigo sobre atuação, que apenas se emociona com a série, assim como eu. Outra coisa é receber um elogio de Sir Anthony Hopkins, o eterno Hannibal Lecter, vencedor de Oscar e a porra toda.

"Querido senhor Cranston,

Eu queria escrever a você esse e-mail -- então, estou entrando em contato com você pelo Jeremy Barber. Acredito que nós dois sejamos representados pela UTA (agência de talentos).

Acabei de terminar uma maratona de Breaking Bad -- do primeiro episódio da primeira temporada até os últimos oito episódios (eu baixei a última na Amazon). Um total de duas semanas (viciantes) assistindo.

Eu nunca assisti a nada parecido. Brilhante.

Sua performance como Walter White é a melhor atuação que já vi, em toda minha vida.

Eu sei que há muita 'rasgação de seda' e coisas doentias nesse ramo, e eu perdi a crença em tudo isso. Mas esse seu trabalho é espetacular, absolutamente esplêndido.

O que é extraordinário é o poder completo de todos na produção inteira. Foram o quê? Cinco ou seis anos produzindo? Como os produtores, os roteiristas, diretores, diretores de fotografia... todos os setores -- casting etc. -- conseguiram manter a disciplina e o controle do início ao fim é (essa palavra tão usada) incrível.

O que começou como uma comédia de humor negro se transformou num labirinto de sangue, destruição e inferno. Foi como uma grande tragédia grega, shakespeariana ou jacobiana.

Se você puder, passe minha admiração a todos, Anna Gunn, Dean Norris, Aaron Paul, Betsy Brandt, R.J. Mitte, Bob Odenkirk, Jonathan Banks, Steven Michael Quezada --todos, todos deram aulas de atuação. A lista é interminável.

Obrigado. Esse tipo de trabalho/arte é raro e quando, de vez em quando, ele acontece, como nesse trabalho épico, recupera a nossa confiança. Você e todo o elenco são os melhores atores que já vi.

Pode parecer um monte de 'rasgação de seda', mas não é. É quase meia-noite aqui em Malibu e eu me senti obrigado a escrever esse e-mail.

Parabéns e meus mais profundos respeitos. Você é realmente um grande, grande ator.

Tudo de bom,

Tony Hopkins"

Carta de Anthony Hopkins destinada à Bryan Cranston, o Walter White, de Breaking Bad. Retirada do Filmow.

MEEEEEEU... Se ANTHONY HOPKINS, que é um puta ator, pagou um pau FUDIDO pra série... por que você não pagará?

Assistam Breaking Bad. Melhor coisa que já vi em um bom tempo no mundo de séries.

"You are truly a great, great actor."
"Say my name, mr. Hopkins."

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

ABC x Palmeiras, de quem viu lá de dentro.

Sábado, dia 05 de outubro. O dia que eu vi um dos melhores jogos de futebol na vida: ABC x Palmeiras. Duas viradas, emoção, pressão do time verde e uma torcida como nunca vi nos meus tempos de Frasqueirão. Gritando a plenos pulmões, empurrando o time mesmo quando perdíamos por 2x1, dando ao time uma garra impressionante. Mesmo se perdesse, o ABC sairia de cabeça erguida do campo. Até hoje estou rouco por causa desse jogo. 




Dá pra me ver ali??
Mas o jogo ficou em segundo plano pra muita gente por causa do que ocorreu antes dele começar. Pois bem, vamos lá. Vou dar minha humildíssima opinião:

1º) O que aconteceu no Frasqueirão pode ter sido erro da diretoria? Sim! Mas vamos aos fatos: A diretoria talvez não tenha calculado bem a quantidade de ingressos a serem vendidos, uma vez que o sócio-torcedor - assim como eu - não compra ingresso na bilheteria; mas acho - novamente, minha humilde opinião - que foi de alguns torcedores. O jogo é às 16h20, e boa parte dos torcedores querem entrar de uma vez, faltando de 10 a 5 minutos pro início do jogo. Se você sabe que o estádio vai lotar, vai dar um público muito alto... custa chegar um pouco antes? Custa deixar pra tomar sua "cachacinha" no fim do jogo, seja pra comemorar a vitória ou afogar as mágoas da derrota? É física, meu caro, princípio da vazão: se uma quantidade "x" de pessoas entra tranquilamente por uma entrada, uma quantidade "2x" já não terá a mesma facilidade, no mesmo período de tempo. O que dirá "3x", "4x"...

2º) Esse jogo me lembrou muito ABC x Águia de Marabá, quartas-de-final da série C de 2010. O jogo às 9h da manhã, o estádio estava lotado e não lembro de tumulto NENHUM, jogo aquele de mesmo ou talvez maior importância do que o de sábado passado. Mas com uma singela diferença: me desculpe se algum torcedor do Águia ler isso, mas tal time não tem torcida aqui, como também não teve torcida no Frasqueirão nesse dia. Todos os torcedores entraram distribuídos pelos 3 portões do estádio. Se você olhar os gols do jogo, todos os gols do ABC foram do lado que teoricamente fica a torcida visitante, e é claramente visível torcedores ABCdistas enchendo aquele módulo. 



Já sábado passado, não ocorreu isso. Palmeiras é um time de expressão nacional, tem torcida em qualquer cidade do país. Claro que os torcedores alviverdes de Natal iriam querer ver o seu time jogar aqui. E muitos foram - inclusive, fui com dois deles para o jogo. A torcida palmeirense lotou o módulo 3, e a entrada deles ficou restrita ao portão A. Durante o tumulto na entrada do portão C, dava-se para notar CLARAMENTE um espaço vazio ao lado do portão A, no módulo 1. Ou seja, capacidade TINHA SIM! O que houve foi falta de organização para acomodar tais pessoas ali. Boa parte da demora do jogo também foi culpa de alguns torcedores que pularam a grade. Não pelo fato de pularem a grade em si, mas vi uns 3 ou 4 andando por dentro do gramado, fazendo pose pra torcida e tirando foto de dentro do campo ao invés de sair logo para poder dar início a partida. Aí é foda também, né?

3º) O que mais vejo desde sábado é americano se aproveitando do ocorrido pra falar do ABC. O ABC vai ser punido sim, não tenho dúvida disso. Mas vamos aos fatos. 

REGULAMENTO ESPECÍFICO DO CAMPEONATO BRASILEIRO DA SÉRIE B DE 2013:

CAPÍTULO VI
Das Disposições Finais

Art. 17 - As partidas do Campeonato somente poderão ser jogadas em estádios cuja 
capacidade mínima de público seja de 10 mil espectadores sentados.

Parágrafo único - No caso do estádio normalmente utilizado por um dos 
clubes não atender ao previsto neste artigo, este clube deverá indicar outro estádio que 
atenda ao estabelecido para a realização de suas partidas.

Quem quiser ver na íntegra, é só clicar aqui

Ou seja: Como a capacidade do Nazarenão é de apenas 7 mil pagantes, o América deveria ser punido ou então procurar um outro estádio para mandar seus jogos. Quando o ABC foi punido no fim da série B do ano passado, teve que jogar em João Pessoa a primeira partida da Segundona desse ano, pois nenhum estádio daqui tem essa capacidade, fora o Frasqueirão. 
Ninguém também lembra que quando o ABC foi jogar lá pelo estadual, colocaram a torcida alvinegra numas arquibancadas móveis mequetrefes, que cederam, ferindo parte do público que tava ali. Alguém colocou fotos do tipo "E se fosse seu filho? E se fosse sua esposa?" com as fotos da torcida machucada? Que eu lembre, não...
E, pra finalizar, ninguém fala também de outros acontecimentos. Ninguém cita que o Atletiba desse fim de semana teve confusão generalizada na torcida. Alguém tá falando disso? Não, pois é entre dois times do Paraná, onde tem-se alguma visibilidade . Mas como o que ocorreu aqui tinha um time de São Paulo na história - mesmo sem ele ter sofrido com o ocorrido, sendo apenas mero "espectador" -, a mídia cai de pau em cima. É fato, gente.

Não sou o dono da verdade. Como eu disse, isso foi minha humilde opinião. Houveram problemas, mas o que importa é que todos estão sãos e salvos, ninguém ficou ferido. 

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Breaking Bad Making Good!

"To everyone who made Breaking Bad
and to everyone who loves it,
AMC says thank you
for making bad... so good."

E com essa mensagem, a AMC se despede de Breaking Bad. O último episódio bateu o recorde de downloads ilegais nas 12h após sua exibição, chegando a marca de 500 mil "baixadas", de acordo com  o site Torrent Freak. Além disso, a audiência foi de 10,3 milhões de espectadores, superando a estréia da terceira temporada de Homeland e o já clássico Sunday Night Football da NFL. Recém vencedora do Emmy na categoria de melhor série dramática, sua audiência durante essas cinco temporadas cresceu incríveis 442%, ou seja, 5,5 vezes mais gente assistia BB no último capítulo em relação ao primeiro.


Mas enfim... por que RAIOS essa série fez tanto sucesso? Do povo em geral, eu não sei; mas eu darei a minha humilde opinião como mais um fã da série (longe de mim ser um especialista em seriados e tal). Acho que BB foi a primeira coisa que resolvi ver desde que assinei a Netflix, pois lá já tinham quase todos os episódios já lançados, além do fato de que eu ouvia falarem muito bem dela, tanto na mídia como por alguns amigos que a assistiam. Deitado na minha rede, na comodidade da minha casa, lá se vai eu partir para mais uma nova série assistida.

Pra quem ainda não está ligado na série, Breaking Bad se desenrola com Walter White como personagem principal. Um pacato professor de química do colegial que descobre estar com um câncer terminal no pulmão, que lhe dará apenas mais uns 2 anos de vida. Desesperado pela notícia e vislumbrando um futuro não muito bom para sua família, ele se envolve com Jesse Pinkman, um ex-aluno seu, traficante "meia-tigela" e viciado, e entra para o ramo das drogas, produzindo metanfetamina, uma droga estimulante, tendo Jesse como seu auxiliar e "revendedor". Logo, sua produção faz sucesso - afinal, quem melhor pra produzir uma droga com mais de 95% de pureza do que um gênio da química? -, chamando atenção de muita gente, inclusive da divisão de narcóticos da polícia, a qual seu cunhado Hank faz parte, mas sem saber que Walt é o fabricante - ou melhor, o "cozinheiro". Baseado nisso, o seriado se desenrola durante as cinco temporadas, com outros personagens entrando - com destaque pro advogado Saul Goodman, que sempre tem uma solução e uma analogia para tudo - e a série ficando melhor e mais tensa a cada episódio.

E assim, acha-se solução para tudo!! "It's better call Saul!"

Dito isso, já faço o link para uma das coisas que me chamou atenção: a quantidade de personagens. Não vou dizer que são poucos, mas também não são muitos. Além disso, não há personagens desnecessários, todos tem sua devida importância no seriado. Isso faz com que você não encha o saco de um ou de outro, e nem que se perca durante a série por ela ter um balaio de gente. Aliado a isso, é uma série direta: não tem muito arrudeio, não tem histórias paralelas, não tem enchimento de linguiça... todos os atos são bem elaborados, sempre sendo linkados por algo. Se comparar com Lost - que é uma das minhas séries preferidas - por exemplo, foram 62 episódios em 5 temporadas de BB contra 121 episódios em 6 temporadas do pessoal da ilha, quase o dobro de episódios com apenas uma temporada a mais, o que faz você não ter preguiça de assistir essa série, caso inicie agora.



Mas o que me deixou mais impressionado, mais ligado na série, foi a relação de amor e ódio entre Walter e Jesse e suas transformações. Apesar de diversas divergências ocorridas entre eles no decorrer da série, a cumplicidade, o cuidado e a "química" - BADUM TSS - que um tinha com o outro foram determinantes para o sucesso de Breaking Bad. Momentos tensos, tiradas divertidas e a crescente relação entre os protagonistas me segurou à série. Além disso, impressiona a trajetória que transforma um mero professor de química no melhor produtor de drogas do país, obstinado mais e mais por dinheiro, colocando seu trabalho acima até de sua família; e a de um viciado traficante em um homem mais humano, mais "pé-no-chão", que quer tocar sua vida pra frente e se livrar do mundo das drogas. Os apuros e golpes que a vida aplica em Jesse os fazem repensar e ver que dinheiro não é tudo na vida, mas sim as pessoas ao seu redor; justamente o oposto de Walt, que sempre dá o discurso que "faz isso pela família", quando no fundo, ele se sentia enaltecido por fazer algo em que era realmente bom, fazia por vontade própria.



Por fim, posso citar o modo como a série terminou: por cima. Aliás. MUITO POR CIMA. a serie finale, como já falei, além de ter batido o recorde de downloads e de ter uma puta audiência, foi considerada como muito boa pelos fãs da série, diferente de outras séries como Lost e Dexter, as quais tiverem finais considerados ruins pelos críticos e fãs. A isso, acho que deve-se ao fato da série ser bem encaixada, bem direta, como já citei. Não deixa muitas questões em aberto, em histórias paralelas, fazendo assim com que os autores não tenham preocupação em fechar todas elas. Não sei a de Dexter, pois não vi a série - tou muito relutante para começar a assisti-la por causa do final -, mas a de Lost, tinha muita coisa para se explicar na última temporada, muitas histórias soltas. Isso só faz crescer a pressão sobre o final e a necessidade de criatividade dos autores para bolarem um final. No meu ver, séries precisam ter uma "data de validade" já determinada. Um bom exemplo é How I Met Your Mother, que começou como uma boa ideia, mas por fazer sucesso, os produtores resolvem prolongá-la o máximo que podem, fazendo assim com que muitos fãs deixem de assisti-la por já não aguentarem mais tanta enrolação.

Acho que a melhor imagem EVER sobre o fim da série!

Enfim... sempre dizia que andava a procura de uma série que ocupasse completamente o lugar que Lost deixou vazio quando terminou. Hoje, depois de ver as 5 temporadas de Breaking Bad em mais ou menos 1 mês, começo a procura de uma série que ocupe o lugar que ela deixou vazio. Desculpe-me por todo tempo de cumplicidade entre nós, Lost, mas Breaking Bad passou a ser minha série favorita.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Mudando de aquário.

Ultimamente, notei que só venho escrevendo sobre coisas que me deixavam tristes ou pensativos, como o dia dos pais, o mestrado ou lembranças que podiam me deixar triste de alguma forma. Mas vi que essa vibe down não leva a nada. Ficar triste, chorar etc. não melhoram as coisas, mas sim tomadas de atitutes, ou simplesmente uma "queda de ficha". 

É... já tava na hora de ir para o outro aquário!

Pois bem, desde que fui "convidado a se retirar" do mestrado, confesso que me sinto com uns 30 a 40 kg a menos nas costas. Estou pondo meu plano em prática, que é tentar fazer o máximo de cursos internos de capacitação aqui na UFRN, para poder ganhar mais me aperfeiçoar e ser um melhor funcionário! O primeiro é sobre Liderança e Inovação na UFRN, e é bem legal. A turma é boa, participativa e nem é muito grande. Fora isso, minha vida tá muito boa, obrigado. Passei a cuidar mais de mim, me alimentando melhor, me exercitando mais e a descansar mais. 

Dentro desse descanso, passei a assistir Fullmetal Alchemist, que a muito tempo eu tinha no PC, mas nunca tinha tempo e/ou me lembrava de vê-lo. 

 Essa é a primeira abertura e uma das melhores, na minha opinião.
Mas eu já tou bem na quinta abertura dele e ainda faltam uns 30 episódios...

Enfim, Fullmetal Alchemist conta a história de dois irmãos, Edward e Alphonse Elric, que devido a tentativa de reviver a mãe deles morta através da alquimia, Ed perde seu braço direito e sua perna esquerda, enquanto Al perde seu corpo todo, tendo sua alma mantida através de um selo mágico em uma armadura. Logo, os dois - principalmente Ed, por se culpar pelo estado que o irmão está - saem numa jornada em busca da Pedra Filosofal, que não é aquela Pedra Filosofal, mas a ideia é mais ou menos a mesma: aumentar o poder do alquimista que a usar, para assim tentarem reaver seus corpos. 

HEUAHEUAHEAUHEAUHEAUHEAUHEAHUEA
HEUAHEUAHEAUHEAUHEAUHEAUHEAHUEA [2]

Nisso, a história se desenrola, e com o passar do tempo, segredos vão sendo revelados - que é claro que não vou citá-los aqui, né? Odeio spoilers! 
Só digo que é um dos animes mais emocionantes que eu já vi, tem várias cenas que o choro vem fácil. Não vai ter muito contexto pra quem assistir aqui, mas vai uma das que, pelo menos até agora, me arrancou lágrimas dos olhos: 

Confesso que chorei um bocado nessa cena...

Outro anime que ando assistindo e tou viciado é Shingeki No Kyojin (Ou Attack On Titan, se preferir):

Primeira abertura do anime.
Não vou colocar a segunda - só existem duas até agora, pois:
a) Tem uns spoilers na segunda abertura;
b) Essa primeira ficou bem mais legal.

Esse anime é novo e tá sendo considerado o melhor anime de 2013 até agora. Ou seja, se você se interessar, dá pra começar de agora a assistir e acompanhar a série bem direitinho. Fim de semana passado foi lançado o 20º episódio apenas. Ele conta a história da luta pela sobrevivência dos humanos contra seres gigantes com forma humanóide, conhecidos como Titãs...

Éééér... não são esses.
... e para isso, há uma tropa especializada em caçá-los, defendendo assim a população. A essa tropa, afilia-se Eren, um garoto que tem sua mãe devorada na sua frente por um desses Titãs. Daí a trama se desenrola com algumas surpresas, e todo episódio acaba estilo novela das 9 da Globo: Numa cena PHODA, que só deixa você com mais vontade de ver o próximo episódio.

Bem, se você não quiser ter o trabalho de fazer o download dos 20 episódios, eles estão todos no Youtube, legendados em PT-BR. Vou colocar o primeiro aqui, e se gostarem, é só ir atrás do resto pelo site.

Enfim, é isso! Depois conto das minhas andanças por aí com amigos, especialmente no Tributo a Raul Seixas que teve aqui no RN! Até lá, acompanhem a resenha feita pelo meu amigo Felipe Alecrim: http://www.oinimigo.com/blog/pelos-trilhos-da-maluquez-revisitada/

Abraço pros manos, beijo pras minas! Valeeu

domingo, 11 de agosto de 2013

Sobre o dia dos pais...

Enfim, dia dos pais. Mas pra mim, novamente, um dia comum. 

Esse é o 15º dia dos pais que passo sem ele. Todo ano, acho que vai ser diferente, mas sempre é a mesma coisa: bate um aperto, uma saudade e uma "inveja" boa de boa parte das pessoas que conheço: almoço com os pais, reunião em família, risadas, presentes, beijos, abraços...

Era assim comigo. Assim como o dia das mães, dia dos pais era bem legal, acordar meu pai cedo com um abraço, um beijo e um presente, ir para a casa da minha avó, reunião de família, risos, brincadeiras etc. Hoje, a família, por causa dessa e de outras perdas que tivemos, já não é tão mais junta como era antes, isso é fato. Infelizmente, mas é fato. Em relação a mim, só restam as saudades, lembranças dos bons momentos e pensamentos sobre como seria a minha vida com ele do meu lado, e acho que seria um período mais fácil. Não que eu esteja reclamando da minha vida atual, acho que me sinto mais "leve" depois do lance do mestrado; mas com certeza, teríamos melhores condições financeiras, mais bens materiais, os quais poderia estar usufruindo a mais tempo e que seriam importantes hoje em dia - o melhor exemplo que penso pra isso seria um carro, facilitaria muito a minha vida e a de pessoas que gosto ao meu redor.

Aprendi muito com meu pai. Apesar de viver apenas 14 anos do seu lado, aprendi a me tornar um homem responsável, correto, digno e honesto. Ele me ensinou a ser engraçado, a ser brincalhão, a ser simpático e a ser amigável. Muitos que o conheceram dizem que sou uma cópia do seu jeito, até de falar e andar, como agir etc. Me orgulho quando dizem isso de mim, pois tenho orgulho do pai que tive, e daria o que fosse possível se eu soubesse de algum meio de trazê-lo de volta.

Semana passada, sonhei com meu pai. Sonhei com ele passeando comigo e me avisando que estava doente. Possivelmente, me avisando da doença que o levou desse plano. Não sei o real motivo do sonho (dizem que sonhar com alguém doente é indício que você está ou passará por um problema de saúde, e que sonhar com parentes indicam cautela em transações financeiras etc.), mas não acredito muito nessas coisas de "significado dos sonhos". Apesar disso, gostei de vê-lo mais uma vez, de poder conversar com ele, mesmo por pouco tempo, talvez uns 2 ou 3 minutos, não me importo. Como ainda não inventaram uma máquina do tempo ou descobriram alguma forma de viajarmos no tempo, são em sonhos que podemos ter um contato real com ele.

Então, se você pode contar com a presença REAL do seu pai, não apenas em sonho ou em memória, enjoy it. Aproveite. Faça valer o dia dele, os ensinamentos dele para você. Pense que uma parcela boa sua, por menor que seja, foi moldada por ele. Não celebre o cara que te fez, e sim o cara que te criou, cuidou de você e/ou cria. Esse sim é o papel de um pai. 

Enfim... feliz dia dos pais a todos.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Voltando pra 2008.

Agosto é um mês que, geralmente, me dá umas tristezas. Mas esse, já tá se tornando um bem memorável...

Vamos lá: no meu último post, falei que deixaria um pouco o mestrado de lado esse semestre pra me dedicar ao meu trabalho... Enfim, nem precisou eu ter que trancá-lo, a própria coordenação cancelou meu vínculo por eu ter reprovado em 2 das 3 disciplinas dele. Não sabia dessa regra, e muito menos fui avisado dela no início da pós e nem quando ocorreu o cancelamento de fato; apenas fiquei sabendo quando liguei pra coordenação para perguntar o porquê do vínculo estar cancelado. 

Bem, acho que a ficha está caindo aos poucos. Confesso estar meio desanimado e triste com a notícia. Mas é engraçado como as coisas acontecem de um modo meio mágico. Essa semana, voltando de ônibus pra casa depois de mais um dia no trabalho, me deparo com um garoto com uma camisa do Colégio Overdose, onde estava escrito a seguinte frase:

"Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes."
(Albert Einstein)

Não fiquei surpreso por ser uma camisa relativamente "normal", sem ser uma daquelas que Carlos André faz uma propaganda bizonha com o que está na moda (UFC, X-Men, Tropa de Elite etc). Apenas fiquei olhando a frase nas costas do garoto e trazendo-a para mim, pensando nela e em como ela se aplica pro meu caso. É fato que nunca morri de amores pelo meu mestrado, e acho que isso era algo que não mudaria. Insanidade seria continuar nele, o qual eu não ia passar a gostar como que num passe de mágica. Nunca fui fã de probabilidade na época de escola, e não seria agora que isso mudaria. 

Enfim, aqui estou eu, de volta a 2008. Justamente o ano entre o fim do meu curso de Contábeis e o início do de Matemática, o ano que ingressei na carreira de servidor público. O ano que apenas trabalhei, que não estava estudando nada. Lembro que esse ano foi meio difícil, sei lá. É como dizem, "cabeça vazia, casa do diabo", foi algo que se aplicou bem pra mim. Não quero repetir meu erro de cinco anos atrás, de ter me acomodado com a situação, de não procurar me especializar em algo, de ir levando apenas o trabalho achando que tava com a vida boa. Apesar de estar ganhando mais e ter subido da categoria de funcionário público municipal pra federal, não posso cair no mesmo erro. É como falei antes, vou procurar cursos internos para fazer dentro da UFRN, oferecidos para servidores. 

Agora não tenho dúvidas sobre deixar a ideia do mestrado de lado por um momento. Vou tentar conseguir transferência para João Pessoa quando acabar meu estágio probatório da UFRN, dentro de um pouco mais de 2 anos. Lá tem o que quero, a área de estudo que quero. Não quero ficar com a mente parada de novo. Por mais que tenha que deixar família, namorada e amigos aqui, tenho que arriscar. Não posso ficar me esquivando das coisas e procurando o mais fácil sempre. Quanto maior o risco, maior o retorno (algo que aprendi em Contábeis, mas que serve não só para a Contabilidade, mas para a vida toda). Se nesse tempo, essa área de estudos fincar aqui no RN, melhor; o que não posso é me escorar no modo que vida que tenho, tenho sempre que buscar mais e mais.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Desvios

Na vida, acho que a gente tem que estabelecer metas. Metas curtas, para aos poucos, chegarmos numa meta maior, que pra mim, é ter uma vida tranquila e estabilizada. Entretanto, nem tudo na vida - pelo menos na maioria dos casos, eu acho - sai da forma como planejamos. Daí, temos que criar rotas alternativas para não empacarmos num ponto. 

Nunca escondi de ninguém que desde que entrei no curso de Matemática, em 2009, queria ser professor. Acho uma carreira linda, apaixonante pra quem gosta, e por mais que falem que professor no Brasil "morre de fome", há quem ganhe bem - e muito bem - com isso. Basta saber fazer o seu trabalho muito bem, ter um pouco de Q.I. e de sorte também, tipo estar no lugar certo e na hora certa. Vontade essa que só aumentou em 2010 e 2011, os dois anos os quais fui monitor de Cálculo Diferencial e Integral, uma das principais disciplinas dos cursos de exatas, base para várias outras; e também cursada em alguns cursos de humanas e de biociências/biomédicas. Gostava de ir pra monitoria, me sentia bem explicando limites, derivadas, integrais; e saia com o ego inflado e um sorriso no rosto quando ouvia coisas do tipo "Caramba... agora sim eu entendi..." ou "Você quem deveria dar aula no lugar do professor, pois você explica melhor do que ele", as quais já ouvi.
Tinha planos ousados. Não queria me estagnar dando aula para ensino fundamental e/ou médio. Não sou contra quem dá aula nesses níveis, muito pelo contrário: agradeço muito aos meus professores do colégio que me fizeram gostar de Matemática. Mas eu queria voos maiores, acho que temos que crescer até onde não der mais, e não apenas nos acomodarmos com o que temos. Daí, a vontade de lecionar no ensino superior. Mas para isso, a graduação só não contava, teria que ir além, teria que partir para um mestrado, coisa que consegui entrar.

Pois bem. Achei que conseguiria levar, mas não consegui. Além do fato das matérias serem pesadas demais, fazer um mestrado e trabalhar ao mesmo tempo, por mais que os dois sejam no mesmo local, é algo difícil. Haters virão falar "mimimi tu não faz nada cacacá emprego público". Não é porque meu emprego é público que não trabalho, brasileiro tem que tirar isso da cabeça. Coisa pra fazer aparece todo dia, uns dias mais, outros dias menos; mas até nos menos, é difícil estudar por eu trabalhar num local que não estou sozinho: entra e sai gente a toda hora, o telefone toca, gente daqui vê TV... enfim, tudo conspira para não estudar aqui. Quando chego em casa, bate um cansaço, fome, sono... ainda consigo estudar um pouco, mas não tanto o quanto queria. 
Aliado a isso, ainda tem um fato que nunca deixei de levar em consideração: o de que esse mestrado não é minha área preferida e que acho que estou nele por "falta de opção". Nunca escondi que prefiro a área de Análise, a qual o local mais perto daqui que tem um mestrado nessa área é João Pessoa. Mas, novamente, o trabalho aparece como um entrave: nos dias de hoje, não é fácil largar um emprego... ainda mais público... e federal! É algo que muitos batalham pra isso, passam até anos estudando para, quem sabe, alcançar o lugar que alcancei. Uma opção seria a transferência, mas não é algo assim tão fácil.

Por isso, resolvi deixá-lo um pouco de lado pra me dedicar ao meu trabalho. Tenho uma chance real de, quem sabe, virar chefe do meu setor, coisa pra daqui a uns 3 anos, talvez. Vou aproveitar esse tempo para me capacitar aqui dentro, fazer cursos que deixei de fazer por conta do mestrado. Talvez até, quem sabe, sair desse mestrado e procurar fazer um mestrado profissional. Acho que PRO MOMENTO, é o melhor que eu faço. Duro ter que assumir isso, mas é verdade. Não quer dizer que eu abandone de vez a ideia de seguir a carreira acadêmica, mas analisando friamente a situação e pensando racionalmente, acho que é uma boa deixar essa vontade meio que em stand by, pelo menos por enquanto, e partir pra algo mais real, algo mais próximo da minha realidade. Gosto de trabalhar aqui no almoxarifado, me sinto a vontade, integrado com o pessoal, com competência pra resolver determinadas coisas e com uma certa autonomia em determinadas ações. Já meio que me culpo as vezes por ter, digamos, "jogado fora" 5 anos meus fazendo Ciências Contábeis, por isso não quero dar uma outra empacada na minha vida com outra coisa que não é muito do meu agrado.

Sei que o texto tá grande, vai ser chato de ler, cansativo, e por isso pouca ou talvez nenhuma pessoa leia. Mas é bom ter esse blog pra fazer esses desabafos. É como se eu estivesse escrevendo algo para, no futuro, ler e usar de exemplo comigo mesmo. É bom saber que, além de algumas pessoas com quem posso contar - pelo menos uma eu sei que tem -, tenho esse espaço meu, que posso dividir com outros, e principalmente, comigo mesmo.

"Found my hope and pride again... Rebirth of a man..."
(Rebirth, do Angra)