segunda-feira, 28 de abril de 2014

Uma Banana Para o Preconceito

Quando eu escrevi meu post sobre preconceito, minha ideia inicial era escrever sobre esse problema especificamente no âmbito do futebol, visto as decorrentes ofensas feitas por torcedores a jogadores como Tinga, Dida (goleiro do América-RN), um juiz no RS, entre outros. De lá para cá, alguns outros casos apareceram, como o de Reinaldo, ex-jogador do Flamengo e do São Paulo, agora no Luverdense-MT. 

Mas nenhum que chamasse tanta atenção como o de ontem, de Daniel Alves.


Pra quem estava fora do planeta nas últimas 12h, por aí não entendeu o que aconteceu, no jogo Villarreal x Barcelona, pelo campeonato espanhol, a torcida do time da casa jogou uma banana para Daniel Alves, obviamente insinuando que ele seria um "macaco", quando o jogo estava 2x1. Para a surpresa geral, ele simplesmente pegou a banana do chão e a comeu. O fato irônico é que depois disso ocorrer, o Barcelona virou o jogo, ganhando assim por 3x2. Alguns dizem que foi a banana que deu-lhe forças para ajudar o clube catalão a virar o jogo. 

Mas o resultado, a vitória maior, foi que finalmente, alguém fez o que não só eu, como também outras pessoas sugeriram: ignorar o fato e tratá-lo com desprezo. Racistas querem ibope, apenas isso, e quanto mais levantarmos a bola do racismo, mais em pauta esse problema será inserido na nossa sociedade. Ignorantes devem ser ignorados para caírem no esquecimento. 

Temos que ser superiores à isso, não nos importarmos com as ofensas e seguir nossa vida como se nada tivesse acontecido. É que nem quando éramos crianças, que nos chamávamos por algum apelido. O apelido só "pega" de fato se você se importar, caso contrário, ele é deixado pra lá ou só é usado por uns dois ou três imbecis. Enquanto as vítimas de preconceito se sentirem inferiores com gestos racistas, gestos como esse e tantos outros que presenciamos sempre existirão, infelizmente repetidos por bem mais de dois ou três imbecis. Sejamos superiores às barreiras e percalços que a vida nos dá.

Parabéns, Dani Alves. Seu gesto foi perfeito. Só falta aprender a jogar melhor.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

O Fim de Duas Eras

Em dois dias, dois dos meus entretenimentos preferidos deram adeus. Domingo foi transmitido o último episódio de Saint Seiya Ômega, um spin-off da saga Clássica dos Cavaleiros do Zodíaco - com Seiya, Saori e cia. - e no dia seguinte, o último episódio de How I met Your Mother, um sitcom da CBS, que durou nove temporadas.

ATENÇÃO: SE VOCÊ ASSISTE UM DOS DOIS PROGRAMAS, AVISO LOGO QUE O TEXTO CONTÉM SPOILERS. 

Não é BEM esse tipo de spoilers... mas enfim...



Acho que agora, já deu tempo de quem não querer ler sair do blog, né? Pois bem, vamos lá.

Primeiro, vou falar de Ômega. O anime foi MUUUITO criticado pelo público aqui do Brasil, inclusive dentro de grupos do facebook destinados para o anime. Durante os quase dois anos de exibição sempre foi comparado aos outros animes da saga (a saga clássica e a The Lost Canvas). Amado por uns, odiado por outros, foi chamado de "Sailor Moon", de "As Guerreiras Mágicas de Rayearth" (né, Pedro Gil?)... enfim, dividiu opiniões e foi polêmico por fazer isso. Mas como o blog é meu, vou dar a minha humilde opinião.



O anime não foi uma maravilha não, mas eu gostei muito dele. Tudo bem que a primeira parte da primeira temporada (digamos que a Saga de Palaestra) teve suas mudanças, que não agradaram muito, principalmente a troca das urnas pelas cloth stones (pequenos cristais usados como colares, anéis, pulseiras e brincos) para guardar as armaduras e o advento dos elementos - água, terra, fogo, vento, trovão, luz e trevas -, o qual cada cavaleiro tinha o seu. Para mim, não foram dois pontos que me desagradaram, pois os elementos, querendo ou não, já estavam meio que inseridos no universo CDZ não explicitamente: basta atentar para Shiryu usando a água no seu "Cólera do Dragão", Ikki com o fogo no seu "Avê Fênix" e Shun com o vento no seu "Tempestade Nebulosa". Tudo bem que não era algo que podia se dizer que ele controlava DE FATO tal elemento, mas digamos que em SSO isso possa ter sido tratado como um "desenvolvimento" de cada Cavaleiro durante os 13 anos que se passaram entre uma saga e outra, assim como as cloth stones; basta você abrir um pouco a sua mente para o novo. Mesmo assim, tais "novidades" foram descartadas já na segunda parte da primeira temporada, a saga das doze casas, e reforçadas na primeira parte da segunda, a saga dos Pallasites.

Fora isso, tivemos outras polêmicas feitas por fãs mais xiitas do anime. Concordo em algumas coisas, como que muitas vezes perdia-se o foco sobre quem seria o protagonista da saga e alguns episódios de pura enrolação, mas reitero que gostei muito da saga. Tivemos personagens que souberam aparecer na hora que deveriam (vide os Cavaleiros de Ouro, quando a briga começou a ficar feia MESMO), o desenvolvimento das armaduras, dos poderes (o surgimento do tão falado Ômega, que se deu de uma forma gradual), o advindo dos cavaleiros chamados de "lendários" (Shiryu, Hyoga, Shun e mais tarde, Ikki), unindo-se a Athena ao combate, as mortes que emocionaram (Aria e Genbu, dentre outras)... tudo muito bom. O final, como era de se esperar, não agradaria a todos. Mas mesmo assim, a série foi um sucesso no Japão e creio que aqui também tenha sido, pois até mesmo os haters de plantão acompanhavam o anime, sabendo que ele não era a continuação oficial de CDZ, que não tinha o dedo de Kurumada na produção do anime, acompanharam praticamente todos os episódios, mesmo que apenas para falar mal de uma cena, um personagem ou o que quer que fosse. Para mim, isso é fazer sucesso: atrair a atenção de todos, os que gostam e os que não gostam.

Agora, vamos para How I Met Your Mother.



Como disse antes, no dia seguinte ao fim de Saint Seiya Omega, foi o fim de How I Met Your Mother. Durante 9 temporadas, mais de 200 capítulos, a trama centrada em Ted, Marshall, Lilly, Robin e Barney chegou ao seu final, também dividindo opiniões. Muitos falaram que o final foi um lixo, mas outros tantos - assim como eu - disseram que o final deveria ser exatamente do jeito como ocorreu. 


Até o S09E22, tudo caminhava para uma vida longa e feliz de Barney e Robin, que foram trabalhados quase que toda a oitava temporada como sendo o casal que um combinava-se muito bem com o outro, e Ted com a mother - que mais tarde descobriríamos se chamar Tracy -, vivendo felizes com seus dois filhos. Na nona temporada, foram 22 episódios que tinham uma boa quantidade de carga dramática, me levando às lágrimas em boa parte deles. Tudo levava a crer que o S09E23 seria totalmente centrado em Ted e sua futura esposa, principalmente no primeiro diálogo entre eles. Mas aí é que entra a reviravolta da história: apesar de não ter toda a carga dramática que vinha tendo, o que se viu no final foi Barney e Robin se divorciando três anos depois do casamento, por causa principalmente do trabalho dela,  ao mesmo tempo que ela finalmente sentia a ficha cair de que, de fato, o cara da sua vida era Ted, aquele que sempre esteve lá por ela, e agora ela o via casando e não poderia fazer nada para impedir; e um Ted que demonstra ser feliz e amar muito Tracy em cada momento da sua vida de casado, como foi demonstrado nas cenas que sucederam após seu casamento - com um destaque brilhante para o primeiro diálogo "cronológico" entre o casal, embaixo de um dos ícones da série, o guarda-chuva amarelo, com direito a frases repetidas e várias coincidências.

Daí, o que se sucedeu foi fácil de prever: apesar de se chamar How I Met Your Mother, o propósito trazido por esse nome se pareceu mais com uma "trama paralela"; o foco principal da série, desde o primeiro capítulo até os últimos foi sobre o amor de Ted por Robin. Percebemos isso em várias ocasiões, praticamente todos os seus relacionamentos durante a série tiveram o fator "Robin" como um peso determinístico para os seus respectivos fins, além de mostrar bem como ele sentia-se meio que incomodado com os relacionamentos dela, especialmente com seu "bro" Barney. HIMYM poderia muito bem se chamar "How I Met Your Aunt Robin". No fim, Ted demonstrou seu amor por Robin, aquela por quem realmente sua vida girava em torno e hesitou muitas coisas por causa da felicidade dela; e com o aval de seus filhos, foi atrás dela com outro ícone da série: a trompa azul. Aquela cena, sem que fosse necessário se dizer uma palavra sequer, resumiu o verdadeiro foco de HIMYM: a série nunca foi sobre o guarda-chuva amarelo; e sim sobre a trompa azul.

Além do desenrolar de Ted e Robin no final, é importante salientar o sonho de Marshall alcançado - ser um juiz. O casal "Marshmallow & Lillypad" foi a constante durante esses nove anos de série, sempre se apoiando, passando apenas alguns poucos episódios separados. E o desfecho de Barney foi perfeito, no meu ver. Um cara que passou praticamente 8 anos caçando mulheres afora, dos mais diversos modos, não mudaria seu jeito de ser por uma mulher qualquer. Em suas palavras:

"Sei que houve um tempo que parecia que eu ia relaxar.
Mas se não aconteceu com a Robin, não vai acontecer com mais ninguém.
[...] Eu sou o cara que arruma a gravata, diz algo sujo,
comemora consigo mesmo e vai falar com aquela garota ali.
Esse sou eu. Será que eu posso, por favor, ser eu?"
(STINSON, Barney)

E quando você espera Barney ser fadado à vida a qual levou durante toda a série, demonstrando até um pouco de tristeza por terminar assim, eis que surge Ellie, sua recém-nascida filha, fruto de mais uma de suas peripécias sexuais. E foi assim, de um modo incrivelmente construído, com um texto incrivelmente emocionante falado por Neil-Patrick Harris - me fazendo chorar -, que ele realiza seu sonho de ser pai - coisa que Robin não podia o proporcionar -, e enfim, relaxa por causa de uma mulher.

Tudo isso... todo esse final e seus acontecimentos foram pensados desde o início do seriado. A cena de Ted conversando com os filhos, a menos de 10 minutos da series finale, foi gravada no segundo ano de produção da série, para aproveitar os jovens sem alterações físicas, demostrando que o que foram 9 anos para nós, foi um mero bate-papo para o pai e seus filhos. Tudo que ocorreu no seriado, cada ação, cada fato novo, cada desfecho de micro-histórias... tudo já estava na cabeça dos idealizadores da série, Carter Bays e Craig Thomas. Tudo muito bem encaixado, planejado. Nenhuma cena ou detalhe está ali "por estar": tudo tem um propósito no fim. Além disso, os episódios memoráveis, como quando descobriram que Robin era uma cantora teen de sucesso no Canadá, o que Ted e Marshall ficam nóiados em estádio ou o que eles iriam assistir o Superbowl apenas no dia seguinte, gravado, e não poderiam ler ou ouvir nenhum spoiler do jogo; e os "ícones" da série que o deixavam vidrado em cada episódio: o abacaxi, a cabra, o playbook e os slaps (todo mundo que assistia HIMYM ficava na ansiedade de descobrir quando seria o próximo slap).

Independentemente se você gostou ou não do episódio final, analise a série COMO UM TODO. E fazendo isso, você entenderá que, como disse o pessoal do InSUBs, que legendou o episódio:

"O que realmente importa na vida não é o destino,
e sim a jornada. E não podemos negar
que a jornada deles foi len... 
Bom, vocês já sabem o resto."

Sim, ela foi LEGENDARY! É isso que faz com que How I Met Your Mother, no meu ver, ser uma das melhores séries de comédia já produzidas. Melhor até do que Friends. Mas esse embate eu deixo para um outro post...

sexta-feira, 28 de março de 2014

O Dia da Saudade

"Hoje é feriado, é o dia da saudade... "
(Raul Seixas)

Mais uma vez, Raul Seixas sempre acertando. Entretanto, Raulzito só errou a data, ao meu ponto de vista: o que originalmente se comemora dia 30 de Janeiro, para mim é comemorado hoje, dia 28 de Março.

Há 15 anos, morria um cara com quem convivi por "apenas" 14 anos. Mas esses 14 anos contaram muito, contam mais que muito gente que conheço a quase 30. Me ensinou muitas coisas, mesmo quando eu ainda era criança, onde não tinha muito discernimento das coisas. Não precisava dizer "meu filho, vou te ensinar uma coisa..." para que eu prestasse atenção nele, gravando mentalmente cada detalhe de alguma cena marcante ou de alguma história que ele contava. Um cara em quem me espelho, tento ao máximo imitar seus gestos, atitudes e até piadas (sim, todos dizem que ele era um cara hilário). Sempre foi um pai presente, amigo e companheiro. 


Já falei várias vezes dele aqui nesse blog, e não me cansarei de falar tantas outras. Não sei se a cada vez, a saudade aumenta ou diminui, mas sei que nunca ela vai deixar de existir. Minha vida seria totalmente outra se ele estivesse aqui; talvez para melhor, pois ele nunca deixou faltar nada em casa, e não seria hoje, caso estivesse vivo e saudável, que deixaria faltar algo.

Ainda hoje me lembro daquele domingo de manhã, por volta de 5h, na casa do meu tio: eu saindo do quarto e encontrando minha mãe na sala, aos prantos. Nenhuma palavra precisou ser trocada naquela hora, só minha visão do momento já tinha me explicado o que havia ocorrido: eu, com 14 anos recém-completados, virava órfão de pai. Não pude me despedir dele em vida com tudo o que realmente queria dizer, pois sempre me despedia com um "tchau" quando eu saía do hospital, com a esperança de que na próxima vez que eu o visitasse, ele estivesse lá. Talvez na inocência da minha infância, talvez pela esperança que ele melhorasse - mesmo já sabendo que ele praticamente tinha os "dias contados". Mas se eu pudesse voltar ao passado, diria pra ele, mesmo se ele não entendesse por estar já vitimado pela doença, tudo o que ele significou para mim no nosso pouco tempo de convivência e o como ele foi, é e sempre será importante pra mim.

Obrigado, pai. Por todos os momentos ao seu lado, seja fisicamente ou espiritualmente. Te amo.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Preconceito

Não é de hoje que preconceito está presente no nosso dia-a-dia. Toda semana, novos casos aparecem, sejam no esporte, em redes sociais, no cotidiano, em novelas (meio que "disfarçadamente" colocado nelas) etc.

Mas o que pode realmente ser considerado preconceito? 


Atire a primeira pedra quem nunca foi preconceituoso com alguma pessoa ou coisa só pela aparência, alguma ideologia diferente da sua ou simplesmente porque você "não foi com a cara" quando a conheceu. Todos nós temos um pouco de preconceito dentro de nós, até mesmo os negros, que geralmente são as maiores vítimas disto. Quem nunca reclamou de alguém que gosta de uma música, um filme ou alguma comida antes mesmo de experimentá-la? Cada um de nós já soltamos um "mas como é que você gosta disso?" em alguma oportunidade, certeza. 

Na minha HUMILDE OPINIÃO, muito do preconceito está na cabeça de cada um. Fazer piada com sulista pode, mas com nordestino não? Chamar um japonês de "pinto pequeno" pode, mas chamar um negro de "zulu" não pode? Chamar loira de burra tá ok, mas chamar morena de burra não? Piada de feminismo pode, mas piada de machismo não? Quem definiu isso? A história? Foi a história que decidiu que apenas pessoas daquela raça/cor/credo/status podem se dizer vítimas de preconceito? AH, VÁ!


O mundo hoje está mudado. As pessoas devem se libertar de certos paradigmas e relevar muita coisa que se ouve hoje em dia. Você ri de uma piada de um humorista sobre um japonês, por exemplo, mas não ri de uma piada sobre um negro vinda desse mesmo humorista, quando na verdade ele quer a mesma finalidade: divertir seu público, simples. Você acha engraçado quando associam Lula à bebida, Ronaldo à gordura, Tiririca à falta de alfabetização ou outra característica comumente utilizada no humor? Se ponha no lugar deles. É fácil rir quando você está fora, mas difícil quando está dentro. Por isso mesmo, acho que todos deviam levar a vida mais no divertimento. Já existem tantas coisas por aí que abalam nosso juízo, problemas reais... por que não se desligar um pouco e rir de si mesmo? Ria de piadas com Lula, com Ronaldo, com Tiririca... mas ria de piadas com você também. Abra sua mente (gay também é gente... baiano fala 'oxente'...) para o humor e para a vida.

Não estou querendo isentar as pessoas preconceituosas; dependendo da ofensa elas devem ser punidas SIM. Mas quem pode julgar o que é preconceito e o que não é? A justiça? O povo? Quem sofreu o preconceito? Isso é uma questão que vai mais além na discussão, pois envolve o local, o momento, o teor e os envolvidos no ato até então dito preconceituoso. Mas, guardadas as devidas proporções e medidas, o melhor a se fazer é ignorar o caso. Racistas querem ibope, querem aparecer. Quanto mais público tiverem, mais irão aparecer. É como o @MussumAlive twittou hoje pela manhã:



Só quem perde com o preconceito, partindo de onde for e atingindo quem for, é a humanidade, que em pleno século XXI, as vezes se comporta como se estivéssemos na Idade da Pedra, regredindo ao invés de progredir. Livre-se o máximo possível de todos preconceitos... inclusive daqueles que são internos.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Lá vem o Chaves, Chaves, Chaves...

Hoje é aniversário de um dos caras que mais me divertiu em toda minha infância. Ele não precisou soltar um palavrão, insinuar a sexualidade das pessoas e muito menos usar mulheres seminuas no seu programa: Roberto Gomez Bolaños. 85 anos bem vividos e aproveitados, boa parte deles fazendo-nos rir com seus programas, Chaves e Chapolin (ainda não entendo como a cada 5 meses o "matam"). Admiro muito a forma como é a mesma fórmula desde sempre, sem precisar apelar para baixaria no seu programa. É algo que você pode rir sempre, mesmo sabendo o roteiro e as falas dos personagens de cór. 

Sou um fã assumido de Chaves e de Chapolin. Cresci assistindo-os depois da escola, às vezes ficando com raiva porque a TV Ponta Negra colocava o jornal local bem em no horário do programa, fazendo com que eu perdesse pelo menos um deles. Na minha época não existia Youtube, o qual quando quisesse, era só procurar na net um determinado episódio e assistir, você tinha que estar lá na frente da TV e torcer pra passar um episódio que você ainda não tinha visto e/ou um que você gostasse mais. E até hoje, sempre que posso, assisto o programa - na TV mesmo ou na internet -, pesquiso sobre episódios, até bonecos de pelúcia deles eu tenho. 

Essa é minha turma! (Trollagens em 5, 4, 3...)
Obrigado não só ao Chaves, mas ao Seu Madruga, à Chiquinha, ao Quico, à Dona Florinda, à Bruxa de Set... digo, à Dona Clotilde, ao Professor Girafalles, ao Seu Barriga, ao Nhonho e a tantos outros personagens, que me ensinaram várias coisas, do tipo:

- Que devemos descansar para evitar a fadiga;
- Qual o animal de quatro patas e bebe leite, qual o animal que passa o dia no chiqueiro e qual o animal orelhudo que come tem dentes grandes e come cenoura;
- Que não devemos encostar em uma pessoa que esteja tomando um choque;
- Que azul escuro em inglês é blue marinho;
- Que para se aprender algo, é preciso devorar - literalmente - os livros;
- Que se você é jovem ainda, amanhã velho será... a menos que o coração sustente a juventude que nunca morrerá;
- Que se algo estiver ruim, teria sido melhor ir ver o filme do Pelé;
- Que se está vindo alguém indesejado, você pode usar códigos, tipo "Já chegou o disco voador";
- Que se você não souber o nome de alguma coisa, pode dizer que é um "Xinforínfola";
- Que algumas coisas caem para cima, tipo balões;
- Que uma caveira numa garrafa ou numa caixa de alta tensão significa PRE-RI-GO;
- Que não precisamos de brinquedos caros para nos divertirmos, basta apenas uma imaginação fértil e vontade de brincar;
- Que as pessoas boas devem amar suas inimigas;
- Que a vingança nunca é plena... mata a alma e a envenena;
- Entre outras coisas mais...

Obrigado Roberto Bolaños;

María Antonieta de las Nieves;

Ramón Valdés (in memorian);

Florinda Meza;

Carlos Villagrán;

Edgar Vivar;

Rubén Aguirre;

Angelines Fernández (in memorian);

Horacio Gómez (in memorian);

Entre outros atores, produtores, pessoal da técnica e apoiadores que puderam levar do México para os anais da TV mundial esse clássico que acompanhou e ensinou muito às crianças de várias gerações, inclusive a mim.


sábado, 15 de fevereiro de 2014

5 Discos

Hoje, dando uma navegada pela internet, vi algo no site Omelete que me fez pensar o quanto a gente fica mais velho a cada dia. O álbum Dookie, do Green Day, faz 20 anos neste mês de fevereiro. Poxa, bixo... são 20 anos! Lembro que esse CD sempre ficava por cima na minha pilha de CD's, perto do som da sala, junto com os CD's da minha mãe. Praticamente semana sim, semana não, eu o ouvia, muitas dessas vezes cantando alto na sala, espantando os vizinhos que passavam andando aqui perto.

Visto isso, resolvi escrever sobre 5 dos meus discos preferidos. A ordem que colocarei eles aqui é meramente alfabética, não é de preferência do disco e/ou da banda. Além disso, vou botar a minha música preferida do álbum aqui.

Ciano, da Fresno (2006)


Já vou começar com uma polêmica! HUEHUEAHUEAHAUEHAUHEA
"mimimi Fresno é fresco"
"mimimi se ema é bixo, emo é bixa"
"mimimi vai pintar o olho e cortar os pulsos"
Ah, cara! Vamos parar com preconceito... aposto que todo mundo já cantou Eu Sou Emo, do Charges.com. Além do mais, só porque uma música fala de amor, decepção e tem uma pegada mais rock é considerada emo? Ah, cara... Roberto Carlos foi o primeiro emo que se conhece então. Muita gente ouve bandas "emo" e não assume... eu pelo menos assumo que ouço mesmo. =P
Mas enfim... voltando ao foco do post: quem é da minha geração e pegou a época de IRC - Avalanche, Scoop, t7DS, Full Throttle entre outros -, deve ter conhecido muita música que não tocava em nenhum lugar por aqui naquela época, tipo Aditive, Sugar Kane, Dead Fish, Pull Down... e entre elas, Fresno. Confesso que dessas, Fresno era a que eu escutava menos... Até ouvir "Quebre as Correntes", na MTV. Aquele clip num ringue, a banda tocando... tudo pra mim era bem familiar. Curti a música, e naquela época, gostava de baixar o CD todo da banda pra ver se ela prestava de fato ou se era apenas uma daquelas de um hit só (vide P.O. Box, Luka, Virgulóides etc). Pra minha surpresa, achei o CD ótimo. Daí é que fui perceber que Fresno era aqueeeeeela banda de outros hits, que eu escutava e nem dava muita importância. Gosto da sonoridade dos caras nesse disco, músicas que tocam bem, principalmente a minha favorita desse CD, Cada Poça Dessa Rua Tem Um Pouco De Minhas Lágrimas. Ouvir essa música na chuva, num momento de fossa, gritando na hora do refrão, deve dar uma lavada de alma da porra!

"E em cada dia da sua vida você vai chorar
Lágrimas sofridas que não vão somar um décimo do que eu sofri."

Dookie, do Green Day (1994)


Lembro-me como se fosse ontem. Eu indo pras Lojas Americanas da cidade com minha mãe, acho que em 2000 ou 2001. Digamos que estava iniciando minha "fase punk revoltado", e já conhecia algumas coisas do Green Day via MTV - a que prestava, não essa atual -, principalmente do Nimrod, disco que eles tavam divulgando na época (o qual também tenho). Daí achei esse CD meio que perdido pela prateleira, como se tivesse no lugar errado, sozinho por lá. Comprei na curiosidade, e quando ouvi, simplesmente viciei. She, Basket Case, Longview, When I Come Around... simplesmente vibrava quando via essas músicas na MTV, com Billie Joe e sua famosa guitarra adesivada, a ponto de parar o que estava fazendo para assistir e tentar cantar junto (meu inglês não era lá essas coisas). 
Riffs rápidos, um baixo fazendo seu papel bem, viradas e mais viradas de bateria, e um trio ensandecido nas suas apresentações. Podem dizer que Green Day se vendeu ou seja lá o que for, mas ainda é uma das minhas bandas de punk favoritas. E por incrível que pareça, minha predileta dela é talvez a que menos fez sucesso dentre os hits: Welcome To Paradise (detalhe para a parada no meio, deixando só o baixo... é algo meio besta, mas que acho o máximo!)

"I want to take you through a wasteland I like to call my home
Welcome To Paradise"

Los Hermanos, do Los Hermanos (1999)


Quando ouvi esse CD pela primeira vez, depois de ganhá-lo no meu aniversário de 15 anos, pensei: "Porra, bixo... QUE MERDA É ESSA?" Juuuuuro... demorei pra gostar desse CD. Acho que por influência de alguns amigos, comecei a gostar mais do segundo CD, o Bloco do Eu Sozinho, do que o primeiro CD deles. Mas quando sentei, com calma e disse: "vou escutar essa porra de novo pra ver se presta", meu conceito mudou. Eu era mais velho, digamos que já estava mais aprofundado no rock, e justamente pela levada mais rock misturado com ska foi que esse CD me ganhou. Pena - pra mim, pelo menos - que eles foram mudando o estilo com o passar do tempo, deixando o ska de lado e indo pra um lado mais "badauê", até lançarem o 4, o qual lembro de ter dormido enquanto escutava (sim, achei o CD muito parado e não gostei dele). 
Quem me conhece a mais tempo sabe que fui fã de Los Hermanos por muito tempo, indo pra quase todos os shows deles aqui em Natal (só perdi um, o primeirão, na época que nem Anna Júlia bombava direito nas rádios ainda). Num desses shows, no finado Blackout, na Ribeira, chovia horrores e já estava tendo goteiras no palco. A banda parou por um tempo, e eu e uns amigos meio que nos dispersamos na hora (um foi comprar água, outro foi conversar com um pessoal conhecido, eu fui lá pra fora tomar banho de chuva etc.), quando de repente, ouvimos os primeiros acordes de Pierrot, e saímos correndo como loucos, cada um do lugar que estava, até nos encontrarmos e pogarmos juntos. Até hoje, quando toca essa música, conto essa história e lembro como era bom aquele tempo. Acho que uma só música preferida é uma blasfêmia comigo, mas essa marcou. 

"O pierrot apaixonado chora pelo amor da colombina
E na esquina se mata a beber pra esquecer, pra esquecer"

S & M, do Metallica (1999)


Lembro que fui na loja de CD's do Carrefour já com o intuito de comprar esse CD. A vendedora ficou espantada por eu pagar R$ 50,00 nele (naquela época, R$ 50,00 era uma fortuna; hoje num paga nem um kinder ovo, que também é uma fortuna), e disse isso em voz alta. Eu, na mais minha singela simpatia, só fiz sorrir, mas internamente desejei que ela se lascasse.
Colocar na lista um disco estilo "Greatest Hits" é meio covardia, afinal são os melhores singles de uma banda. Mas esse disco é foda. Metallica é foda. Uma banda que sabe se impor, brigou com o Napster e foi alvo de ódio de boa parte da população por tentar proibir o download de suas músicas online. E inovou - pelo menos não lembro de nada parecido até o momento - nesse CD: tocou com uma orquestra! Sim, uma orquestra completa: violinos, celos, metais, percussão e tudo o que tem direito. Já acho massa bandas que tem violinistas como integrantes - bom exemplo: Yellowcard -, imagine então uma orquestra inteira! E todas as músicas tiveram arranjos muito em feitos, mas Master of Puppets, ficou simplesmente PHUEDA!

"Come crawling faster / Obey your master
Your life burns faster / Obey your master... Master!"

Sam's Town, do The Killers (2006)


Dentre as bandas que citei aqui, The Killers é a única que desde a primeira vez que ouvi, pensei: "virei fã dessa banda." Seja pelo ritmo, pela voz de Brandon Flowers, pelo estilo... enfim. Me considero um fã de The Killers, desses paga-pau mesmo. Já tinha achado o primeiro CD - Hot Fuss - muito bom, mas esse veio pra colocar de vez o nome da banda no mundo. Sonoridade excelente e um frontman que cativa muito bem seu público. E com letras ótimas, estilo Bones e Sam's Town, que cativam quem as entende.
Poderia ficar falando aqui um tempão sobre The Killers... mas o bom é ouvir, né? Minha música predileta da banda nem é desse CD e sim do primeiro, mas esse CD é tão completo e viciante que resolvi colocá-lo aqui.

"And sometimes you close your eyes
And see the place where you used to live
When you... were young"

E aí, gostaram? Quer fazer a sua lista? Simples:
Entra em contato comigo por uma das redes sociais que tem ali do lado - twitter ou facebook -, escreve sobre cada um dos seus discos prediletos e me manda que eu publico! Vamos deixar o blog mais interativo, e além disso, trocamos informações sobre música! Tem coisa melhor??

Abraço pros manos, beijo pras minas!

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Faz um descontinho aí...

Aqui em Natal, tem umas coisas que eu simplesmente não entendo. O povo parece que gosta de aparecer, só pode. 

Não sei de onde tiraram a ideia que Natal é uma cidade de custo alto, a qual os preços devem ser exorbitantes. Shows, comida, eventos... tá tudo os olhos da cara. Mas o pior é que tem pessoas que, mesmo reclamando, vão. Vamos aos exemplos:

1º) Shows do Teatro Riachuelo.
Tudo bem que lá é muito confortável, o clima é agradável... mas sinceramente, pagar R$ 360,00 para ver o show de Marisa Monte é foda. E pior: acho que com menos de 20 dias, teve Roberto Carlos lá. Pela singela bagatela de R$ 600,00. Isso mesmo, não tem nenhum zero a mais: SEISCENTOS CONTO PRA VER UM CARA QUE TODO ANO FAZ SHOW NA GLOBO.
Longe de mim falar da qualidade dos artistas. Apesar de não ouvir muito Marisa Monte, admiro o sucesso que ela faz, já a tanto tempo, sem mudar sua qualidade sonora. Já Roberto Carlos, apesar de todo mundo falar "mimimi não aguento mais Roberto Carlos na TV cacacá", todo mundo cantarola pelo menos umas 5 músicas dele, seja por mero "grude mental" ou por gostar dessas ou daquelas músicas; sem contar que é um cara que influenciou muita gente que veio posteriormente, como Raul Seixas, Skank, China (ex-Sheik Tosado), entre outros. RC não é só esse MPB que vemos hoje em dia, RC já foi Rockabilly, vide Splish Splash e Parei na Contramão.


2º) UFC
Tudo bem que é a "sensação do momento", que todo sábado as lutas são praticamente todas narradas pelo facebook e bar que é bar tem que passar as lutas todas. Mas acho que cobrar R$ 180,00 - e olha que esse é o preço mais barato - pra ver uns 20 caras se esmurrando dois a dois, prefiro ver no Youtube. O que mais tem é briga por aí, e essas sim são de "vale tudo". Mas como eu disse, há gosto pra tudo...

Homem, mulher, velha, cachorro, garrafa térmica... ISSO É VALE TUDO!

O que venho reclamar é sobre os preços desses eventos. Talvez não seja culpa do artista/atletas em si, mas sim dos empresários que trazem para cá esses shows. Procurando pela net, li um texto na página do PROCON/RN dizendo que parte da culpa era dos estudantes. Trecho retirado da reportagem:

"Segundo reportagem da revista Superinteressante, o mecanismo
da meia-entrada é o seguinte: o produtor sabe quanto quer ganhar
e estima que 80% vai entrar pagando meia; cabe aos outros 20%
cobrir o prejuízo."

PORRA, BICHO! Estudante se mata pra estudar e estagiar ao mesmo tempo, ganha uma miséria no seu estágio e ainda leva a culpa? É falta do que culpar, né? É uma regra simples da economia: lei da oferta e procura. Quanto mais barato possível for o ingresso, mais gente se interessará para prestigiar o evento. Custo de oportunidade, meu caro. Se você colocar a R$ 100, capaz de dar 30 pessoas. Mas se você colocar a R$60, é possível que a quantidade de pessoas dobre, tendo como receita R$ 60 a mais que na situação anterior. Olhe que usei números baixos, essa margem de lucro pode ser BEM maior.

Tudo bem que posso estar sendo louco, que não é assim que a máquina do sistema funciona e mais blá blá blás... mas custa tentar? Pelas minhas experiências, os rolés mais bombantes aqui de Natal são os que beiram o 0800, e mesmo assim, ainda há um item que não comentei: consumação. Ninguém vai pra uma balada e não pede nada. Consome-se muita bebida, boa parte dos lucros são tirados daí.

O problema maior de tudo é a ganância dos empresários em pensarem apenas no lucro, e não no bem-estar dos que vão a esses e outros eventos aqui não citados. Mas a população também tem parcela de culpa: enquanto houver público que pague esses preços abusivos, talvez até deixando de cumprir com algum compromisso financeiro seu ou então se apertando até não poder mais para tal, eles continuarão a serem cobrados. Como eu disse, é a lei da oferta e da procura, ela serve tanto para o bem quanto para o mal. Por isso, espero que todos se conscientizem a respeito de quanto pagam nos lugares que vão, e se aquele preço vale realmente o evento que você está prestigiando. Quanto mais pessoas pensarem nisso, mais os que realmente ganham com isso serão forçados a baratear os preços.

Abraço pros manos, beijo pras minas! valeeu